02/Dec/2025
O dólar fechou esta segunda-feira (1º/12) em alta ante o Real, na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante a maior parte das demais divisas, com participantes do mercado citando o tradicional fluxo de saída de recursos em dezembro como um dos motivos para o avanço das cotações no Brasil. O dólar fechou em alta de 0,47%, a R$ 5,36. No ano, porém, a divisa acumula perdas de 13,24%. No exterior o dia foi marcado pela queda do dólar ante boa parte das demais divisas, com destaque para o recuo em relação ao iene, após o Banco do Japão sinalizar que as condições estão se alinhando para um possível aumento dos juros no país asiático. No Brasil, o dólar tentou se alinhar ao viés negativo vindo do exterior, mas migrou para o território positivo.
Após atingir a cotação mínima de R$ 5,32 (-0,15%), o dólar marcou a máxima de R$ 5,36 (+0,51%) na reta final da sessão. Segundo a FB Capital, o Brasil ficou na contramão do exterior, diferentemente dos últimos pregões, quando estava nitidamente alinhado. Isso se deve a três motivos: mercado de olho nas questões locais, fluxo sazonal e ao movimento de realização do investidor estrangeiro na bolsa. A alta das cotações no Brasil é atribuída ao tradicional fluxo de fim de ano, quando empresas e fundos costumam mandar dólares ao exterior. Além disso, há uma preocupação com as questões locais, em especial com temas que afetam o equilíbrio fiscal do governo. Investidores também acompanharam os comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento da XP Investimentos.
Apesar de afirmar que seu discurso não traria novidades, Galípolo fez novas ponderações a respeito da mensagem de política monetária do Banco Central. Ele afirmou que já faz "algum tempo" que a autarquia mantém o termo “bastante” em suas comunicações ao defender uma Selic restritiva por período “bastante prolongado”, enfatizando que essa contagem de prazo não zera a cada reunião de política monetária. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, e o mercado discute quando começará o processo de corte de juros pelo Banco Central. A taxa de juros nos Estados Unidos está na faixa de 3,75% a 4,00%, com os investidores apostando em nova redução na próxima semana.
No mercado de câmbio, a diferença entre os juros no Brasil e nos Estados Unidos tem sido apontada pelos agentes como um fator favorável à entrada de recursos no País, o que mantém as cotações do dólar em patamares mais baixos. O Banco Central informou no boletim Focus que economistas do mercado mantiveram em 15% a projeção para a Selic no fim deste ano e em 12% a expectativa para o final do próximo ano. O dólar projetado para o fim de 2025 seguiu em R$ 5,40 e para o encerramento de 2026, em R$ 5,50. O Banco Central vendeu 50.000 contratos de swap cambial tradicional, para rolagem do vencimento de 2 de janeiro. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,03%, a 99,412. A moeda norte-americana tinha queda de 0,45% em relação ao iene, a 155,45. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.