28/Nov/2025

Em reunião com empresários brasileiros nesta quinta-feira (27/11), o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o acordo União Europeia e Mercosul é um acordo antigo, em negociação nos últimos 20 anos e que precisa ser melhorado por não considerar os avanços feitos em relação a mudanças climáticas. “Se você quer que o acordo comercial seja justo em relação ao Mercosul e à União Europeia, é necessário convergir em termos de regras e regulamentos a serem implementados”, disse Macron. O presidente francês teria dito que em 2019 o então presidente Jair Bolsonaro assinou o acordo entre União Europeia e Mercosul, mas que acabou não sendo concretizado porque ele não teria respeitado o Acordo de Paris e toda a agenda climática. “A estrutura deste acordo é insuficiente. Por quê? Porque não leva em consideração a evolução que fizemos, especialmente em relação às mudanças climáticas e assim por diante”, disse Macron.

Já o ex-presidente Michel Temer afirmou que o presidente francês foi “gentilíssimo” com os brasileiros que participaram da reunião no Palácio do Eliseu e não se opôs à assinatura de um acordo com o Mercosul. Segundo o ex-presidente, uma das eventuais dificuldades de Macron é política, porque os agricultores na França são muito poderosos politicamente. Temer, contudo, ponderou que o presidente francês parece “prudente e vai levar a assinatura em bom termo”. Segundo Temer, Macron teria revelado “simpatia” em relação ao acordo Mercosul e União Europeia. Segundo o fundador do Lide e ex-governador de São Paulo, João Doria, o presidente da França não foi negativo sobre um eventual acordo com o Mercosul e mencionou que a evolução de um entendimento está acontecendo. Macron fez apenas essa ressalva: de que há entendimentos sendo feitos ainda, mas em nenhum momento ele foi negativo. Em nenhum momento ele mencionou não acreditar que o acordo possa evoluir a ponto de ser assinado.

O ex-governador de São Paulo também disse que Macron abordou, na reunião, o tema da Ucrânia, um pouco da visão sobre o agro cooperativismo em relação à França e ao Brasil, e mencionou uma interlocução com investidores brasileiros na França. O acionista da MBRF, Luiz Furlan, afirmou que Emmanuel Macron disse a empresários brasileiros que é a favor de acordo com o Mercosul, mas reiterou que existem algumas condições a serem colocadas, como a questão de denominação de origem (de um produto com fabricação no Brasil não poder utilizar nomes franceses) e ter um mecanismo de salvaguardas em caso de dumping, de vender produtos em volume a um preço muito abaixo do mercado. Isso já não é novidade para o Mercosul e tudo indica que pode haver avanço, aceitando algumas dessas salvaguardas. Segundo Furlan, os empresários brasileiros saíram da reunião otimistas, porque a reunião foi aberta e amistosa, o que não é comum em encontros com os chefes de Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.