19/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, o fortalecimento do fenômeno climático La Niña nas próximas semanas deve consolidar a estação chuvosa no Centro-Norte do Brasil, trazendo o alívio hídrico aguardado pelos produtores após a irregularidade que travou o plantio em outubro. O cenário, porém, traz um alerta crítico para a 2ª safra de milho de 2026: se as chuvas persistirem em excesso, o ciclo da soja pode se alongar e comprimir ainda mais a janela ideal de semeadura do cereal, ampliando a exposição climática em 2026. O trimestre de novembro a janeiro será marcado por contrastes regionais bem delineados, com precipitações acima da média nas Regiões Centro-Oeste e Norte, enquanto a Região Sul deve enfrentar condições mais secas.
Os mapas do modelo norte-americano indicam volumes robustos já no fim de novembro em grande parte da Região Centro-Oeste, norte de Minas Gerais e faixa central do País, favorecendo a recuperação do atraso na semeadura da soja provocado pela seca de setembro e outubro. Contudo, o excesso de água pode gerar um ‘efeito dominó indesejado’. Se as precipitações permanecerem em excesso por mais tempo, podem atrasar o ciclo das culturas e reduzir a janela ideal para o plantio da 2ª safra de 2026, especialmente do milho. Além do calendário apertado, o ambiente úmido prolongado exige atenção ao manejo fitossanitário, devido ao aumento da incidência de doenças fúngicas e pragas, o que pode elevar os custos de produção. Para o Cerrado Mineiro (MG), região que enfrentou escassez severa em outubro com acumulados inferiores a 40 mm, o retorno das chuvas é especialmente bem-vindo. As precipitações recentes já estão favorecendo nova florada do café, embora os impactos da seca prolongada ainda sejam um ponto de atenção para a produtividade da safra 2026/2027.
Na Região Sul, a dinâmica climática se inverte. Após um outubro marcado por temporais e granizo que prejudicaram a qualidade do trigo no Paraná e em Santa Catarina, a tendência é de tempo mais firme. O padrão mais seco esperado para novembro deve auxiliar no avanço do plantio da safra de verão e na finalização da colheita de inverno. A expectativa é que a La Niña seja de fraca intensidade e curta duração, o que deve limitar impactos negativos mais severos de estiagem prolongada. No cenário externo, a atenção se volta para a Argentina, onde o excesso de chuvas tem travado o plantio da soja. A projeção, porém, é de que o padrão mais seco típico do La Niña se estabeleça no país vizinho entre dezembro e janeiro, alterando a dinâmica da safra sul-americana na virada do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.