ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Nov/2025

COP30: pacote de medidas para pontos polêmicos

A presidência da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30) propôs um pacote de medidas para tentar destravar os temas polêmicos da conferência. Entre as propostas está criar um plano para os próximos três anos para avançar no financiamento climático. O documento elaborado pela presidência é fruto de consultas aos países desde o primeiro dia da COP30. Essa alternativa foi colocada em prática para evitar que os quatro temas mais difíceis (financiamento, lacuna das metas climáticas, medidas unilaterais de comércio e relatórios de transparência) bloqueassem a agenda principal da conferência, impedindo qualquer avanço nas negociações.

A principal proposta é a criação do Plano de Ação de Belém, com duração de três anos e detalhamento da implementação do artigo 9.1 do Acordo de Paris (que trata de financiamento climático), com previsão de triplicar o financiamento para adaptação climática, com "arranjos justos de divisão de responsabilidades". Também se reafirma a meta de US$ 300 bilhões para financiamento, deixando claro que países desenvolvidos devem liderar essa entrega. A presidência propõe ainda que o roteiro Baku a Belém para US$ 1,3 trilhão seja levado em consideração para ampliar o financiamento.

Reafirma-se ainda o compromisso de triplicar recursos em fundos como o de Adaptação, o Fundo Verde do Clima e o Fundo para Países Menos Desenvolvidos. Sobre as lacunas das metas climáticas, a presidência da COP propôs que sejam avaliados, todos os anos, o relatório que mostra o que os países estão prometendo fazer para cumprir suas metas de redução de emissões (as chamadas NDCs) e o relatório que mostra o que os países estão, de fato, fazendo. Com base nisso, deverão ser identificados problemas que impedem os países de atingirem suas NDCs e soluções para isso. As presidências da COP também devem desenvolver um roteiro de implementação das NDCs até a próxima conferência.

Na mesma linha vai o trabalho com os países, entes subnacionais, sociedade civil e setor privado para desenvolver um plano que defina as lacunas que hoje dificultam que o aquecimento global seja limitado a 1,5°C. Além disso, sugere-se criar uma mesa-redonda com o alto escalão dos governos para que ali se identifique onde estão os problemas que dificultam o financiamento climático e a adoção de medidas de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas. Em relação às medidas unilaterais de comércio relacionadas ao clima, a presidência da COP sugeriu a criação de um diálogo anual para monitorar e discuti-las. A proposta da Presidência da COP inclui a realização de mesas-redondas sobre o tema em 2026 e 2027.

O resultado dessas mesas deve alimentar o GST2 (a segunda avaliação do avanço no Acordo de Paris, que deverá ocorrer entre 2026 e 2027, conforme as Nações Unidas). O pedido para que a presidência elaborasse o texto sobre os quatro pontos foi visto como uma demonstração de confiança, segundo a diretora executiva Ana Toni. O vice-presidente Geraldo Alckmin cobrou os países a agirem para evitar o agravamento das mudanças climáticas na plenária de abertura do segmento de alto nível da COP ontem. Ele participou do anúncio de um conjunto de medidas com o objetivo de melhorar o monitoramento da reciclagem no País, incluindo a criação de uma empresa para gerir dados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.