18/Nov/2025
A Federação das Indústrias do Estado do Pará ressaltou o forte crescimento de indústria brasileira, que está engajada em reduzir as emissões de carbono. Nesta segunda-feira (17/11) foi lançada uma consulta pública sobre a Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (Endi) com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. O evento ocorreu no Pavilhão do Brasil na Green Zone na COP30, em Belém. É necessário um diálogo permanente sobre o tema na indústria e a COP30 marca um "novo momento histórico". A COP30 é uma vitrine para apresentar ao mundo os avanços e estabelecer a liderança brasileira na pauta da transição.
O Campeão de Alto Nível do Clima da COP 30, Dan Ioschpe, também presente à cerimônia, acrescentou que a transição é uma oportunidade única de crescimento, eficiência, inovação e acesso a mercados. "O Brasil é protagonista de um novo ciclo econômico sustentável. Este lançamento é um convite à ação. A liderança da indústria do Brasil está presente e pronta a reduzir emissões", disse. Representando o setor produtivo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) assina a carta de engajamento com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e os setores energointensivos (com alta demanda por energia) para convocar a indústria a subsidiar a Endi. A consulta pública ficará disponível para contribuição de 17 de novembro de 2025 a 17 de janeiro de 2026.
Alckmin, assinou a carta de compromisso que celebra o lançamento da consulta pública da Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (Endi). A assinatura da carta foi na zona verde da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). "É urgente reduzir emissão de poluentes; países dos trópicos sofrem mais", afirmou Alckmin. A Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial tem como objetivo transformar a descarbonização em motor de competitividade e desenvolvimento econômico sustentável. São contemplados os setores da siderurgia, cimento, químico, papel e celulose, alumínio e vidro. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a estratégia vai articular ações voltadas à inovação, eficiência e criação de mercados de produtos de baixo carbono.
A estratégia está estruturada em quatro pilares interligados: pesquisa, desenvolvimento, inovação (PD&I) e capacitação profissional, incentivo à criação de soluções tecnológicas nacionais e à formação de mão de obra qualificada; insumos descarbonizantes, substituição progressiva de insumos e energéticos fósseis por alternativas mais sustentáveis, como biocombustíveis, hidrogênio de baixa emissão, biomassa e materiais reciclados; estímulo à demanda por produtos de baixo carbono, consolidação de mercados por meio de certificações, rotulagens e políticas de compras públicas sustentáveis, ampliando a competitividade da indústria brasileira; e financiamento e incentivos, estruturação de instrumentos de crédito, incentivos fiscais e mecanismos de defesa comercial para garantir as condições necessárias à transição industrial.
De acordo com a CNI, o ato consolida a cooperação entre governo federal e setor produtivo e reforça a "disposição da indústria em contribuir para a redução da intensidade de carbono na produção". O fortalecimento de uma base industrial inovadora, competitiva e socialmente responsável é condição essencial para que o "Brasil alcance as metas climáticas até 2050", diz comunicado da CNI. A cerimônia teve a presença de representantes de associações industriais, como a CNI, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Associação Brasileira das Indústrias de Vidro, Instituto Aço Brasil, Indústria Brasileira de Árvores, Sindicato Nacional da Indústria de Cimento e Associação Brasileira de Cimento Portland.
Ainda, no âmbito dos trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi lançada na sexta-feira (14/11), com adesão de 35 países, organizações internacionais e iniciativa privada, a Declaração de Belém para a Industrialização Verde. O acordo foi firmado durante uma reunião de líderes e reúne metas ambientais, econômicas e sociais que buscam impulsionar a inovação tecnológica e garantir um modelo de crescimento sustentável. Pelo acordo, os países se comprometem a empenhar esforços compartilhados e ações coordenadas para acelerar a transição energética. Também é uma meta promover a modernização do setor industrial e desenvolver novas oportunidades para países em desenvolvimento na economia verde.
“As metas climáticas precisam acompanhar uma transformação econômica real. A indústria verde é sobre o avanço do setor e dos empregos para o futuro, garantindo que todos os países, especialmente do Sul Global, possam liderar e se beneficiar dessa nova era de prosperidade sustentável”, afirmou o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, ao enfatizar a importância de alinhar ambição climática e desenvolvimento. A CEO da COP30, Ana Toni, reiterou que a industrialização verde é um tema irreversível, e a importância do trabalho conjunto. Em sua avaliação, o tema passou rapidamente da fase de negociação para a agenda de ação. A Organização para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) considerou o momento histórico, apontando que a declaração está “conectando metas climáticas a ações concretas para a indústria”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.