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17/Nov/2025

Brasil e EUA: avanço nas negociações comerciais

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, prometeu uma resposta à proposta do Brasil nesta semana, durante reunião realizada na quinta-feira (13/11), em Washington, nos Estados Unidos. O Brasil solicitou aos norte-americanos uma pausa temporária nas tarifas no âmbito de um acordo provisório para que, então, seja iniciada uma discussão específica em cada setor. A proposta brasileira foi enviada no dia 4 de novembro. Foi uma resposta à primeira manifestação dos americanos, que entregaram uma lista de temas que gostariam de tratar com o Brasil, no dia 16 de outubro, durante o encontro anterior entre Vieira e Rubio. "O secretário de Estado disse que estão examinando com toda atenção e todo tempo, que querem resolver rapidamente as questões bilaterais com o Brasil, e que a resposta virá muito proximamente", disse o chanceler brasileiro. Segundo Vieira, Rubio afirmou que o próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou a intenção de resolver as questões com o Brasil "muito rapidamente" e que deseja manter uma boa relação com o País.

O secretário norte-americano também reafirmou a vontade de se chegar a um acordo provisório com o Brasil até o fim do mês, o que já havia sido proposto nas reuniões técnicas. O objetivo é de se chegar a um acordo provisório, até o final desse mês, ou princípio do mês que vem, que estabelecesse um mapa do caminho para uma negociação que poderia durar dois meses ou três meses, para então se concluir definitivamente todas as questões entre os dois países, explicou Vieira. Na sua visão, as sinalizações indicam o "interesse" do governo norte-americano em solucionar todas as questões ainda pendentes na relação com o Brasil. "É um sinal de desejo de solucionar, de dar a volta nessa página e de se aproximar com o Brasil", reforçou o ministro brasileiro. Questionado sobre os temas abordados na reunião, Vieira disse que foi discutido um "marco geral", e não questões específicas. Esse canal de diálogo, como foi estabelecido entre os dois presidentes na Malásia, é um diálogo de nível político, para abrir os caminhos e as portas para um acordo, e para isso tem as negociações, afirmou. Vieira se encontrou com Rubio pela terceira vez na quinta-feira (13/11) no âmbito das negociações entre o Brasil e os Estados Unidos.

A reunião durou cerca de 1 hora no total, mais do que era esperado, em torno de meia hora. E foi dividida em duas partes. Primeiro, Vieira e Rubio conversaram a sós. Depois, o encontro foi ampliado para os assessores de ambos os lados. As sinalizações de Trump e do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, quanto à intenção dos Estados Unidos de anunciar alívios tarifários a produtos como o café aumentaram a expectativa quanto uma possível redução da taxa ou isenção ao café do Brasil, que é um dos principais exportadores do produto aos Estados Unidos. Por ora, contudo, as medidas contra o Brasil, taxado em 50%, continuam em vigor. O chanceler brasileiro e o secretário norte-americano tiveram dois contatos, no dia 12 de novembro (durante a cúpula do G7, no Canadá), quando acertaram a reunião realizada na quinta-feira (13/11), no Departamento do Estado. Ao chegarem para a reunião, ambos posaram para fotos e fizeram o tradicional aperto de mão, em frente a jornalistas brasileiros e estrangeiros. No momento, o idioma utilizado era o espanhol. Mas, a terceira reunião entre Vieira e Rubio teve um peso a mais.

Foi o primeiro encontro no Departamento de Estado dos Estados Unidos diante das câmeras. O anterior, realizado no mês passado, ocorreu na Casa Branca, e não foi permitida entrada da imprensa. Do lado brasileiro, participaram da reunião de quinta-feira (13/11), além de Vieira, a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti, o embaixador Joel Sampaio, o chefe de gabinete e embaixador Ricardo Monteiro, o secretário de assuntos econômicos e financeiros, Philip Fox-Drummond, Fernando Sena, número dois da embaixada do Brasil em Washington, além de assessores do chanceler. O Brasil foi taxado em 50%, em julho, sendo um dos mais afetados pela nova política comercial norte-americana, o que gerou a pior crise institucional e diplomática entre os parceiros. A medida foi adotada em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além das tarifas aos produtos importados do Brasil, os Estados Unidos também revogaram vistos norte-americanos de diversas autoridades brasileiras e sancionaram com a Lei Global Magnitsky o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua esposa, Viviane Barci de Moraes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.