17/Nov/2025
O programa Caminho Verde Brasil, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi apresentado durante o painel 'Recuperação de Pastagens Degradadas: Contribuições da Indústria de Insumos para a Restauração Produtiva', promovido pela CropLife Brasil no espaço AgriTalks da AgriZone, na COP30. O encontro reuniu especialistas para discutir como tecnologias, financiamento e boas práticas podem acelerar a recuperação produtiva de áreas degradadas no País. O Brasil já apresenta avanços consistentes na recuperação de pastagens. Entre 2010 e 2020, no âmbito do Plano ABC, foram restaurados 26,8 milhões de hectares. A fase atual, o ABC+ (2021-2030), prevê recuperar mais 30 milhões de hectares com manejo adequado e técnicas de baixa emissão. Intensificar essas práticas aumenta a produtividade, reduz a pressão por abertura de novas áreas e reforça a política climática brasileira.
O Caminho Verde Brasil é a iniciativa mais estruturante do Mapa para ampliar a recuperação produtiva com base em compromissos ambientais consistentes. O programa prevê a recuperação de 40 milhões de hectares nos próximos dez anos, estabelece desmatamento zero nas propriedades participantes, exige balanço anual de carbono a partir do terceiro ano e incentiva a adoção de tecnologias sustentáveis previstas no ABC+. É o recurso e a tecnologia permitindo ao produtor produzir mais em menos área, com eficiência e competitividade, mantendo o compromisso ambiental. A primeira fase do programa está sendo financiada pelo Eco Invest, mecanismo do Ministério da Fazenda que destinou R$ 30,2 bilhões ao Caminho Verde Brasil. O volume deve recuperar até 3 milhões de hectares, com prioridade para o Cerrado, mas com alcance nacional.
Os produtores que aderirem ao programa terão acesso a crédito com juros menores e poderão receber incentivos adicionais ao adotarem bioinsumos, integração lavoura-pecuária, florestas plantadas, terminação intensiva e outras tecnologias sustentáveis previstas no ABC+. Em contrapartida, assumem compromissos ambientais e passam a monitorar o balanço de carbono da propriedade, com metodologias desenvolvidas pela Embrapa. O programa ajuda o produtor a se familiarizar com a linguagem do carbono e com os requisitos necessários para acessar mercados voluntários e, futuramente, regulados. O Caminho Verde Brasil aproxima o setor produtivo das exigências ambientais e prepara o País para novas oportunidades ligadas ao carbono.
Delegações estrangeiras têm mostrado surpresa positiva com os avanços alcançados pelo Brasil na recuperação de áreas degradadas. O Plano ABC (2010–2020) cumpriu todas as metas e consolidou o País como referência em técnicas sustentáveis de produção. A fase atual, o ABC+ (2021-2030), expande esse trabalho com novas tecnologias de baixa emissão e maior integração entre pesquisa científica e políticas públicas. Os programas desenvolvidos pelo Mapa têm sido decisivos para demonstrar, na prática, como o Brasil produz em todos os biomas com eficiência e sustentabilidade. Muitos países não imaginam a dimensão da estrutura científica que o Brasil tem e os resultados que entrega. O Brasil está mostrando ao mundo que é possível ampliar a produção com base em ciência, eficiência e responsabilidade ambiental.
Outro destaque foi o Programa Solo Vivo, iniciativa do Mapa, que tem como objetivo recuperar os solos, aumentar a produtividade e promover geração de renda, emprego e qualidade de vida nas comunidades rurais. Foi ressaltada ainda a importância das parcerias com instituições alemãs, como o KfW, e com organismos como o IICA, que contribuem para ampliar investimentos, assistência técnica e soluções para adaptação climática. A troca de experiências, e não apenas a transferência unilateral de tecnologia, tem guiado os diálogos durante a COP. O Brasil produz para alimentar 1 bilhão de pessoas e mostra que isso é possível com sustentabilidade. A troca de conhecimento tem sido fundamental. Foi reafirmado o compromisso do Mapa em fortalecer políticas públicas, ampliar capacitações e garantir que tecnologias sustentáveis cheguem aos produtores em todos os biomas brasileiros. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.