17/Nov/2025

Segundo o Banco Central, o sistema financeiro tem papel fundamental na transição do Brasil para uma economia de baixo carbono. E o Brasil assumiu a liderança na coordenação global de soluções tecnológicas para finanças sustentáveis. Sustentabilidade e tecnologia são prioridades estratégicas. As sete iniciativas do Laboratório de Inovação Financeira e Tecnológica (Lift), criado pelo Banco Central e pela Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central do Brasil (Fenasbac), posicionam o Brasil como referência internacional em finanças verdes e inovação tecnológica. Uma delas é o Lift Data. O Lift Data é o programa mais recente de inovação aberta e promove o desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas na análise de dados públicos, com foco especial em sustentabilidade e finanças verdes.

O Lift Data apoia soluções voltadas para financiamento de mitigação, para adaptação climática e preservação de florestas e biodiversidade. Na segunda fase da plataforma do Drex, o Banco Central está acompanhando dois projetos voltados a instrumentos financeiros tokenizados com foco em sustentabilidade. Um é o CBio, crédito de descarbonização, tokenizado, que possui rastreabilidade completa e liquidez ampliada. O outro projeto é com Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e o Crédito do Produtor Rural (CPR) tokenizados. Esses são títulos do agronegócio sustentável com transparência em toda a cadeia de valor. O Drex representa uma transformação estrutural na forma como operar as finanças do Brasil, criando uma infraestrutura que é, por design, mais eficiente e preparada para integrar critérios de sustentabilidade desde a sua concepção.

Segundo o Itaú, o Brasil está num momento muito positivo no tema das finanças verdes. A avaliação foi feita em painel na Casa C.A.S.E., que é a iniciativa Climate Action Solutions & Engagement promovida pelo Bradesco, Itaú, Itaúsa, Marcopolo, Natura, Nestlé e Vale. O painel ocorreu em Belém na sexta-feira (14/11). Foram destacadas três iniciativas nessa área. Uma delas é o programa Ecoinvest, que teve o lançamento oficial do quarto leilão na zona azul da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) na sexta-feira (14/11). Foi ressaltada a importância das operações de blended finance no Brasil como alavanca de projetos e negócios com foco em sustentabilidade socioambiental, clima. Com os leilões do Ecoinvest, foi possível reduzir drasticamente o custo de financiamento, o custo de capital. Também a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) é importante para criar um padrão de sustentabilidade e então ser possível comparar os projetos.

A partir de um padrão comum, também se torna possível pensar em um tratamento tributário adequado. A criação do mercado regulado de carbono no fim do ano passado é outro ponto positivo. O mercado ainda precisa ser estruturado, mas quando isso acontecer, esse mercado vai gerar um fluxo de caixa adicional para os projetos e empresas. A Just Cilmate afirmou que, embora concorde que o Brasil esteja num momento positivo quando o assunto é finanças verdes, o País tem um problema estrutural grave: a taxa de juros alta. É fundamental falar sobre o descontrole das contas públicas de forma sistêmica. A maior ferramenta de distribuição de renda num País é a queda de juros, porque permite que as empresas voltem a contratar, permite que as empresas refinanciem as suas dívidas e mobiliza menos garantia.

Não adianta reclamar de quem investe sua poupança em "Selic", sem assumir mais risco em projetos mais alternativos ou inovadores, focados em questões socioambientais. É difícil competir com uma taxa de 15% ao ano 'risk-free'. Muitos estão dispostos a financiar ‘projeto bom’, contudo existe um "buraco" entre uma boa ideia e conseguir garantir que esse projeto ganhe bancabilidade. O foco na gestora está nesse campo: colocar o capital em projetos 'Foak' (acrônimo de "First of a kind"). A expressão refere-se à primeira entrega em escala comercial de uma nova tecnologia ou a uma nova combinação de tecnologias já existentes. A Just Climate é uma gestora de recursos de terceiros criada pela Generation Investment Management e especializada em ampliar soluções para os setores com mais emissões e desafios de descarbonização. Em maio, a gestora anunciou sua fusão com a brasileira Good Karma Partners. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.