13/Nov/2025
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12/11) pela Serasa Experian, a inadimplência entre produtores rurais brasileiros chegou a 8,1% do total no segundo trimestre de 2025. O índice subiu 0,3% em relação ao trimestre anterior e 1,1% na comparação com igual período de 2024. Os indicadores apontam uma piora lenta, porém contínua, na capacidade da população rural de manter-se adimplente. O agronegócio enfrenta desafios de fluxo de caixa e endividamento acumulados nos últimos três a quatro anos, exigindo atenção e reestruturação. Os produtores sem registro de cadastro rural continuam sendo o grupo mais vulnerável, com taxa de inadimplência de 10,5%. O levantamento define essa categoria como formada principalmente por arrendatários ou participantes de grupos econômicos e familiares. Em seguida aparecem os grandes proprietários, com 9,2%, os médios com 7,8% e os pequenos com 7,6%.
Produtores que precisam arrendar terras, por exemplo, costumam lidar com margens mais apertadas pelo custo extra. E, sobre os grandes produtores, o maior apetite ao risco pode gerar desequilíbrio. No recorte geográfico, o Rio Grande do Sul registrou a menor inadimplência do País (4,9%), seguido por Santa Catarina (5,6%) e Paraná (5,7%). O Amapá teve a maior taxa, de 19,5%. Entre os principais Estados produtores, São Paulo ficou com 6,7%, Minas Gerais com 6,8%, Mato Grosso com 10,1%, Goiás com 8,6% e Mato Grosso do Sul com 7,9%. A análise por setores de endividamento mostrou que as instituições financeiras concentram a maior representatividade, com 7,2% de inadimplência entre produtores que contraíram dívidas nesse segmento. O chamado "Setor Agro" (que inclui agroindústrias de transformação, comércio atacadista agropecuário, serviços de apoio e revendas de insumos) registrou apenas 0,3% de inadimplência.
Nesse sentido, a cadeia agro tem um cenário positivo sobre a inadimplência. É importante reforçar esse recorte, pois se no geral 8,1% dos produtores estão inadimplentes, nessa visão o percentual é muito menor. O Agro Score, ferramenta preditiva da Serasa Experian, mostrou queda na pontuação média dos produtores rurais de 644 para 605 pontos entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025. A análise de dados é essencial para compreender o comportamento financeiro do produtor rural e mitigar riscos em toda a cadeia agro. O levantamento considera dívidas vencidas há mais de 180 dias e até cinco anos, somando pelo menos R$ 1 mil, relacionadas ao financiamento e atividades do agronegócio. O percentual é calculado sobre 10,5 milhões de pessoas físicas mapeadas na população rural pela Serasa Experian. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.