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13/Nov/2025

Crédito de Carbono: Ecora é certificadora brasileira

Bradesco, BNDES e Fundo Ecogreen anunciaram, na terça-feira (11/11), o lançamento de uma certificadora brasileira de carbono, a Ecora. Para o Bradesco, a empresa é motivo de orgulho e reforça a atuação do banco em prol do desenvolvimento sustentável. O momento não poderia ser mais oportuno, durante a COP30. O lançamento da Ecora é um compromisso com o crescimento sustentável. O Brasil é o principal hub de crédito de carbono do mundo. Foi ressaltada a importância de uma certificadora de carbono brasileira com conhecimento dos biomas do País. Na mesma linha, o BNDES ressaltou que o que resta da Floresta Amazônica é responsável por dois terços da biodiversidade da fauna e flora do mundo. O BNDES será sócio minoritário da Ecora. As participações de cada um dos sócios (BNDES, Bradesco e o fundo Ecogreen), assim como o investimento no projeto não foram divulgados. O mercado de crédito de carbono está com gargalo em diferentes etapas da cadeia.

A Ecora vem para ajudar na etapa da certificação. Há uma demanda grande. A construção da governança da nova certificadora de créditos de carbono será feita pela nova empresa e vai contemplar o padrão internacional, com board científico e outros atributos. O BNDES reforçou a capacidade da Ecora de usufruir da interoperabilidade entre o mercado voluntário e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), o chamado mercado regulado. A companhia estará operacional muito antes do SBCE, que deve peregrinar por um cronograma de criação de uma série de atributos, que leva no mínimo cinco anos. O fundo Ecogreen afirmou que a jornada para a criação da Ecora começou há mais de um ano. Um dos primeiros passos foi a contratação da empresa Aecom para levantar os desafios e oportunidades do mercado voluntário de crédito de carbono no País.

A Ecora nasce para trazer soluções customizadas aos biomas brasileiros, gerando valor para o mercado brasileiro. As diretrizes fundamentais da Ecora são garantir alta integridade dos créditos, aproveitar a “expertise Brasil”, e oferecer transparência e eficiência. Essa combinação trará credibilidade internacional para os créditos de carbono do Brasil. A metodologia atenderá o mercado regulado e voluntário brasileiros e a padrões globais de creditação. Isso significa que os créditos estarão aptos a atender o mercado internacional. Segundo o BNDES, o Brasil tem instrumentos para avaliar a sua biodiversidade e precisa ter métrica própria com reconhecimento internacional. É importante ter métrica e estratégia próprias para medição de carbono que seja complementar às que já existem. Existe interesse do investidor estrangeiro no Brasil, que vem ganhando bastante credibilidade. O Brasil precisa liderar o movimento globalmente, além de mecanismos para impulsionar o mercado de carbono.

É preciso certificações robustas adaptadas à realidade do Brasil. Outras certificadoras conhecem melhor outras realidades. O Bradesco destacou que vai manter a credibilidade internacional e perseguir esse objetivo. A Ecora é uma certificadora de carbono com conhecimento profundo do Brasil. O Brasil pode ser o principal hub de crédito de carbono do mundo. O Brasil é um exportador natural de crédito de carbono. O lançamento da empresa é um compromisso com a ciência e o desenvolvimento sustentável. A Ecora pode ganhar mais um ou dois parceiros no futuro próximo. É interesse do Brasil fomentar o mercado de carbono a partir das florestas tropicais. Isso se encaixa na diretriz do governo brasileiro. O BNDES está preparando projetos de concessão de áreas florestais. Somente a última concessão efetivada elevou em 35% a área total concedida. Tudo isso gera emprego e tecnologia no Brasil e permite enfrentar o próximo desafio, que é a biodiversidade.

A Ecora terá três prioridades na certificação de projetos de crédito de carbono. A nova certificadora vai priorizar projetos de ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation, em português, Arborização, Reflorestamento e Revegetação), projetos de Redd+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) e de agricultura regenerativa. A nova empresa estará operacional em meados do ano que vem. A equipe não deve ser grande, mas terá conhecimento técnico de altíssimo nível. Um parceiro técnico da Ecora é a Aecom, uma multinacional de engenharia, atuante em diferentes áreas que desenvolveu estudos preliminares sobre os desafios e oportunidades do mercado voluntário de crédito de carbono. O plano da Ecora é realizar a custódia e o registro dos créditos em mais de uma empresa.

Tanto um quanto outro poderão ser feitos no Brasil e no exterior, fazendo o registro, por exemplo, na B3 e na Nasdaq. O projeto de criação de uma certificadora de carbono brasileira nasceu da percepção de que existe demanda crescente de certificação por parte de desenvolvedoras de reflorestamento. Faltava conhecimento profundo sobre o tema e a escolha da instituição foi juntar diversas áreas para pensar no projeto. Há somente quatro certificadoras no mundo e a demanda é muito superior à capacidade que elas têm de atender às necessidades, gerando fila de anos. Apesar de ter algumas certificadoras pequenas no Brasil, elas não têm a tecnologia da Ecora, que virá da parceria com a norte-americana Aecom e com a Ecogreen, que conhece os biomas brasileiros. Bradesco, BNDES e o fundo Ecogreen decidiram fazer o lançamento da certificadora em Belém, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) pela importância do evento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.