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13/Nov/2025

COP30: negociação da adaptação climática avança

Com catástrofes naturais cada vez mais frequentes, a adaptação climática é uma necessidade urgente. Na largada da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), que começou oficialmente no dia 10 de novembro, o tema ocupou as salas de negociação. A expectativa é de que até o fim desta semana seja fechada a lista de indicadores para compor a meta geral de adaptação. As rodadas serão lideradas pela Alemanha (vice-ministro Jochen Flasbarth) e pela África do Sul (ministro Dion George). Após o primeiro dia de negociações, países africanos e árabes são vistos como as partes mais sensíveis na negociação e podem oferecer resistência. Os debates giram em torno de cerca de 100 indicadores para conter a meta global de adaptação. Esses parâmetros abordam temas como saúde e educação, entre outros. A presidência da COP fez uma rodada de consultas com os países para identificar entraves e acelerar negociações.

A expectativa dos negociadores brasileiros é de que se obtivessem apoios à meta de triplicar recursos para adaptação climática, principalmente por parte dos países da América Latina, que sofrem com o problema. As nações ricas, porém, seguem na “retranca”. O aumento do financiamento tem sido um dos pontos mais sensíveis das conversas entre as delegações. A agenda de adaptação, nesses momentos de disputa, sempre acaba perdendo. É o momento de maior pressão para ser aprovado o quanto antes, ainda mais que não são indicadores mandatórios, mas voluntários”, explica a TNC Brasil. O tema é um dos tópicos presentes na agenda desta COP e é de interesse especial do Brasil, que tem sofrido com catástrofes climáticas como o tornado que deixou sete mortos no Paraná e um no Rio Grande do sul, conforme balanço mais recente. O Tribunal de Contas da União (TCU) do Brasil apresentou os resultados auferidos numa auditoria global e inédita sobre as políticas públicas de enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas.

Foram 140 países que manifestaram interesse em participar do chamado “ClimateScanner”, incluindo Estados Unidos e China. Desse total, 103 apresentaram as informações via respectivos órgãos de controle. Um dos indicadores centrais mostrados é que nove em cada dez países não sabem quanto gastam para enfrentar as mudanças climáticas. O documento aponta que, sem esse monitoramento, os governos não sabem se estão investindo na solução dos problemas mais críticos e não conseguem planejar gastos futuros. Sete em cada dez governos têm planos insuficientes de médio e longo prazo para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Da mesma forma, quatro em cada dez não têm planos efetivos para se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas. Outro indicador também apontado: metade dos países não tem clareza sobre como pretende reduzir as emissões de gases que contribuem para a piora do clima. Além disso, sete em cada dez países não possuem mecanismos adequados para monitorar o progresso rumo às metas climáticas.

O ClimateScanner foi desenvolvido pela Organização Internacional das Instituições Superiores de Controle (Intosai), sob a liderança do Tribunal de Contas da União do Brasil, que presidiu a entidade entre novembro de 2022 e outubro de 2025. A CEO da Cúpula das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, Ana Toni, disse afirmou que houve avanços e sugestões sólidas nas negociações diplomáticas sobre uma transição energética justa no 2° dia de COP30 em Belém (PA). Os dois tópicos que andaram um pouco mais foi o de gênero e o de transição justa. No tópico de gênero, foi pedido para os facilitadores trazerem um novo texto mais limpo. Já há muito corpo no tema de transição justa. O G77 acordou, teve uma posição conjunta no tema do mecanismo para uma transição. Ela atualizou o número de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de 111 para 112 hoje. Sobre as negociações, ela afirmou que houve também debates longos sobre a agenda da COP30 e que há chances de se acabar o evento com “algum consenso”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.