13/Nov/2025
A questão do envelhecimento tem implicações bastante peculiares em países não plenamente desenvolvidos, como o Brasil. Por menos intuitivo que pareça, são justamente as pessoas de pouca idade as que mais devem refletir sobre as perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira, o oportuno tópico da redação do Enem 2025. Se do ponto de vista populacional o Brasil está cada vez mais parecido com países desenvolvidos, com taxa de fecundidade abaixo da taxa de reposição de 2,1 filhos por mulher, segundo o IBGE, e fatia crescente da população com mais de 60 anos, as condições de vida dos mais velhos são bastante distantes do ideal. Além disso, as perspectivas são pouco ou nada animadoras.
Com menos nascimentos e maior contingente de idosos, a já combalida Previdência Social é praticamente uma miragem para os jovens. Sem mais uma reforma significativa, a Previdência, nos moldes atuais, não se sustentará por muito tempo. E, por paradoxal que seja, o jovem de hoje, caso queira se aposentar no futuro, terá de trabalhar para além da idade mínima atual (62 anos para mulheres e 65 para homens). A cultura da poupança, quase inexistente no País, também precisa evoluir, pois sem reserva de emergência a vulnerabilidade dos mais velhos só aumenta. A taxa de poupança no Brasil em 2023 equivalia a 15% do PIB, patamar inferior ao de nações mais pobres como El Salvador (18,1%) e Paraguai (20,1%). Não à toa, de um total de 120 nações, o Brasil ocupa a 95ª posição entre os que mais poupam.
Embora a tarefa de poupar mais seja imperativa independentemente da classe social, a maior disponibilidade de renda obviamente facilita a tarefa. Renda maior, contudo, costuma estar relacionada a educação de qualidade, área na qual o Brasil segue deixando a desejar. Ano após ano, avaliações nacionais e internacionais, como Ideb e Pisa, seguem atestando a miséria da educação brasileira. Para piorar, o avanço tecnológico em países como China e Estados Unidos ameaça eliminar milhares de empregos mundo afora. Apesar de fascinantes, inovações como a Inteligência Artificial preocupam porque podem acabar até mesmo com funções costumeiramente ocupadas por profissionais altamente qualificados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.