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12/Nov/2025

Inflação: menor patamar para outubro desde 1998

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou outubro com alta de 0,09%, ante um avanço de 0,48% em setembro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,73%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,68% até outubro, ante taxa de 5,17% até setembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,03% em outubro, após uma elevação de 0,52% em setembro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 3,65% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 4,49%, ante taxa de 5,10% até setembro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,09% registrada pelo IPCA em outubro foi o resultado mais baixo para o mês desde 1998, quando havia subido 0,02%. Em outubro de 2024, a taxa tinha sido de 0,56%.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,01% em outubro, após queda de 0,26% em setembro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,00% para o IPCA de outubro. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,16% em outubro, após ter recuado 0,41% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, ante alta de 0,11% em setembro. Os preços dos alimentos tiveram leve alta em outubro, após uma sequência de quatro meses de quedas. O final do ano tem tradicionalmente pressão de preços de alimentos, um aumento sazonal de demanda de alimentos no fim de ano, e algumas safras já colhidas. Pode ser que o momento de contribuição negativa dos alimentos para a inflação já tenha ficado para trás, conforme anos anteriores. O custo da alimentação no domicílio caiu 0,16% em outubro, com destaque para as reduções no arroz (-2,49%) e no leite longa vida (-1,88%). Alguns alimentos estão com safra abundante ainda, outros já arrefeceram.

No geral, a oferta em alta tem garantido a trégua nos preços dos alimentos ao consumidor. O clima mais favorável facilita o processo de cultivo. O café moído recuou 0,31% em outubro, acumulando uma queda de 3,52% em quatro meses consecutivos de redução de preços. As tarifas dos Estados Unidos afetaram as expectativas sobre a demanda e, consequentemente, os preços, mas as quedas recentes ainda são pequenas para repor tudo o que aumentou no ano. O produto ainda acumula uma alta de 37,88% no ano e elevação de 48,13% em 12 meses. Em maio de 2025, o café chegou a registrar um avanço de 82,24% no acumulado em 12 meses. Quanto ao mês de outubro, os consumidores pagaram mais pela batata-inglesa (8,56%) e pelo óleo de soja (4,64%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,46% em outubro: o lanche aumentou 0,75%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,38%.

Os preços de Transportes subiram 0,11% em outubro, após alta de 0,01% em setembro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,02% para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram alta de 0,32% em outubro, após avanço de 0,87% no mês anterior. A gasolina subiu 0,29%, após ter registrado alta de 0,75% em setembro, enquanto o etanol avançou 0,85% nesta leitura, após alta de 2,25% na última. Os aumentos nos preços da passagem aérea (4,48%) e dos combustíveis (0,32%) puxaram as despesas das famílias com Transportes, que passaram de uma alta de 0,01% em setembro para elevação de 0,11% em outubro. A passagem aérea contribuiu sozinha com 0,03% para o IPCA de outubro, subitem de maior pressão na inflação do mês, ao lado de aluguel residencial. Quanto aos combustíveis, com exceção do óleo diesel, que caiu 0,46%, os demais aumentaram em outubro: etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%).

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 2,97% em setembro para um recuo de 0,30% em outubro, uma contribuição de -0,05% para a taxa de 0,09% do último mês. A energia elétrica residencial recuou 2,39% em outubro, subitem de maior alívio individual no IPCA do mês, uma contribuição de -0,10%. Houve mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2, vigente em setembro, para a bandeira vermelha patamar 1 em outubro, com a cobrança adicional de R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos, ao invés dos R$ 7,87. A energia elétrica residencial acumulou uma alta de 13,64% no ano, principal impacto no IPCA do período, uma contribuição de 0,53%. Nos últimos 12 meses, o subitem subiu 3,11%, impacto de 0,13%. A inflação de 0,09% registrada em outubro pelo IPCA foi consideravelmente aliviada pela redução na energia elétrica residencial. Sem a influência da energia elétrica, o IPCA teria sido de 0,20% em outubro.

O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 0,17% em setembro para uma alta de 0,41% em outubro. O grupo contribuiu com 0,06% para a taxa de 0,09% do IPCA do último mês. O resultado foi sustentado pelos aumentos de artigos de higiene pessoal (0,57%) e do plano de saúde (0,50%). O grupo Despesas pessoais saiu de uma alta de 0,51% em setembro para um aumento de 0,45% em outubro. O grupo contribuiu com 0,05% para a taxa de 0,09% do IPCA do último mês. As principais pressões partiram de empregado doméstico, que subiu 0,52%, e pacote turístico, com alta de 1,97%. O grupo Vestuário saiu de um aumento de 0,63% em setembro para uma elevação de 0,51% em outubro. O grupo contribuiu com 0,02% para a taxa de 0,09% do IPCA do último mês. As maiores pressões partiram das altas nos calçados e acessórios (0,89%) e na roupa feminina (0,56%).

A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de um aumento de 0,13% em setembro para uma alta de 0,41% em outubro. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 1,87% em setembro para deflação de 0,16% em outubro. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 6,14% em setembro para 6,20% em outubro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 5,11% em setembro para 4,20% em outubro. Alguns serviços podem estar com pressão de demanda, como passagens aéreas, enquanto outros itens podem estar subindo por uma reposição de alta de custos. Três dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em outubro. Houve recuos em Habitação, queda de 0,30% e impacto de -0,05%; Artigos de residência, -0,34% e impacto de -0,01%; e Comunicação, -0,16% e impacto de 0,00%.

Na direção oposta, os preços subiram em Vestuário (0,51%, uma contribuição de 0,02%), Despesas pessoais (0,45%, impacto de 0,05%), Saúde e cuidados pessoais (0,41%, impacto de 0,06%), Educação (0,06%, impacto de 0,00%), Alimentação e bebidas (0,01%, impacto de 0,00%) e Transportes (0,11%, impacto de 0,02%). As altas de 4,48% nas passagens aéreas e de 0,93% no aluguel residencial exerceram as maiores pressões individuais sobre a inflação de outubro, um impacto de 0,03% cada para a taxa de 0,09% registrada no mês. Figuraram ainda no ranking de principais pressões sobre o IPCA o plano de saúde (0,02%), gasolina (0,01%), lanche fora de casa (0,01%), refeição fora de casa (0,01%), batata-inglesa (0,01%) e óleo de soja (0,01%). Na direção oposta, o principal alívio partiu da energia elétrica residencial, com queda de 2,39% e influência de -0,10%. Houve contribuições negativas também do aparelho telefônico (-0,02%), seguro voluntário de veículo (-0,02%), arroz (-0,01%) e leite longa vida (-0,01%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.