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12/Nov/2025

Rabobank incentiva o Agro a se afastar do desmate

Um dos principais nomes do crédito no agronegócio, o Rabobank quer continuar a expansão pelo Brasil sem abrir mão dos compromissos de sustentabilidade firmados globalmente. O esforço esbarra na complexa estrutura regulatória do País, que combate a degradação ilegal, mas ainda prevê uma parcela de desmatamento legal. A instituição financeira mantém tolerância zero com o desmate ilegal. Já com os clientes que exploram licenças permitidas para destruir as florestas, a aposta é em uma combinação de diálogo e incentivos financeiros para convencê-los a preservar ecossistemas. Uma das opções seria abandonar todos os clientes que ainda desmatam legalmente. Mas, eles encontrariam outro banco no dia seguinte. O Rabobank preferiu encontrar uma maneira de convencê-los a fazer diferente.

O arsenal financeiro para facilitar a persuasão inclui alternativas de empréstimos sustentáveis a juros mais acessíveis e linhas de crédito favoráveis. Entre as iniciativas, o Rabobank oferece condições de longo prazo especiais para fazendeiros que comprem terras já degradadas, ao invés de converter novas áreas, através do fundo AGRI3, criado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep). Para os produtores que precisam restaurar áreas degradadas ou adquirir reservas legais, o banco dispõe de uma linha de 20 anos para ajudá-lo a se adequar às normas do Código Florestal. Como um banco cooperativo, é possível devolver algo para a sociedade, então o Rabobank vai investir em projetos de reflorestamento. A exploração de combustíveis fósseis segue como a principal fonte de liberação de C02 na atmosfera do planeta.

No ano passado, porém, o desmatamento e as mudanças no uso da terra exerceram papel decisivo no crescimento das emissões, de acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. A estimativa é de que as emissões líquidas provenientes desse tipo de atividade cresceram 21% em 2024, responsáveis por mais da metade do aumento total. O movimento reforça a importância do Brasil no cumprimento da principal meta estabelecida, há 10 anos, no Acordo de Paris: limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C ante os níveis pré-industriais, preferencialmente abaixo de 1,5°C. O Rabobank está focado em ajudar o Brasil a resolver o problema do desmatamento ilegal.

O banco promove programas de capacitação e financiamento responsável, além de incentivar o desenvolvimento da agricultura regenerativa, modelo que visa garantir a saúde do solo e a recuperação dos ecossistemas. Globalmente, o banco almeja ampliar o volume de financiamento sustentável para 75 bilhões de euros, de 40 bilhões de euros no final do ano passado. Do lado da captação, a meta é ter um funding verde de 20 bilhões de euros, de 13 bilhões de euros em dezembro de 2024. Nesse processo, o Brasil tem se firmado referência em soluções de desenvolvimento sustentável na agricultura. Fazendeiros de outros países têm vindo ao Brasil para ver como as coisas são feitas. Este País é tier 1 [nível 1] na questão da sustentabilidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.