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11/Nov/2025

Entrevista com António Costa – Conselho Europeu

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, revelou quais são os últimos passos para a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro articula para que a cerimônia ocorra em 20 de dezembro no País. Ex-primeiro-ministro de Portugal (2015-2024), o político do Partido Socialista assumiu o cargo atual em 1º de dezembro de 2024.

Quando será feita votação sobre o acordo Mercosul-UE no Conselho Europeu e que placar o senhor prevê?

António Costa: Estamos terminando o trabalho técnico de tradução, porque nós temos 24 línguas. Houve um trabalho que os Estados-membros fizeram com a Comissão Europeia para regulamentar o exercício das cláusulas de salvaguarda que estão previstas. Estamos a partilhar com os países do Mercosul essa regulamentação para que todos conheçam com total transparência quais são as condições em que a UE poderá utilizar as cláusulas de salvaguarda se elas vierem a ser necessárias. É um trabalho no domínio técnico. Todos trabalhamos para que possamos assinar o acordo e ele possa entrar em vigor o mais rapidamente possível.

O senhor confia que será no dia 20 de dezembro?

António Costa: Sim. Eu gostaria muito de chegarmos ao Natal com o acordo assinado. Mas vamos deixar terminar o trabalho técnico para depois podermos celebrar.

A UE avalia investir no Fundo Florestas Tropicais Para Sempre?

António Costa: A UE já manifestou a sua satisfação e concordância com esta iniciativa. Achamos importante coordená-la com outros fundos que já existem. Há um fundo já para a Amazônia. Na cúpula, a ministra do Meio Ambiente da República do Congo chamou a atenção para outros fundos que existem também para proteger florestas importantes, como a floresta do Congo. Portanto, há que articular, estabelecer complementaridades e não duplicar recursos. Vários Estados-membros da UE assumiram os seus compromissos de contribuição para o fundo. A UE, enquanto tal, depois dos Estados-membros se pronunciarem, tomará uma decisão.

Sem EUA, havia grande expectativa de que a UE assumisse mais protagonismo climático. Há espaço para a UE contribuir mais?

António Costa: A UE é largamente o maior contribuinte para a ação climática. Não tem a política predadora que a China tem. Na África, aqui na América Latina, através do nosso programa da Global Gateway para procurar valorizar esses recursos naturais, de uma forma que contribua também para que o valor acrescentado fique nesses países e não só nos países que percebem a extração. Do orçamento da UE, 30% têm o foco nas alterações climáticas. Agora, obviamente, não podemos substituir outros, nem aquilo que a China nunca fez, nem aquilo que os EUA deixaram de fazer.

Fonte: Broadcast Agro.