10/Nov/2025
O governo brasileiro espera anúncios de novos valores para o Fundo Florestas para Sempre (TFFF) somente depois da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Novos aportes no curtíssimo prazo não estão descartados, mas já seriam uma surpresa. O anúncio do "valor considerável" da Alemanha deve vir em pouco tempo, em questão de semanas ou poucos meses. É apenas uma questão processual de definição e aprovação interna para os alemães definirem o valor. Havia, entretanto, expectativa do lado brasileiro para um anúncio mais concreto. Não veio. A ideia ainda é que o valor da Alemanha fique no mesmo patamar do anunciado pela Noruega (US$ 3 bilhões), superando com certeza a barreira de US$ 1 bilhão.
No caso do Reino Unido, há expectativa de o governo também anunciar um aporte no fundo, mesmo com a frustração de esse compromisso não ter vindo ontem no almoço de trabalho sobre o tema. No caso britânico, o empecilho é o vaivém da política interna. O primeiro-ministro Keir Starmer sofre pressão entre os seus líderes do seu próprio partido entre pautas trabalhistas, a agenda ambiental e a força que a extrema direita vem ganhando no país. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que China e Canadá sinalizaram possíveis aportes. Haddad estimou que o anúncio canadense poderia vir a ser feito até março, prazo para eventual aprovação interna de orçamento nacional.
Até o momento, 6 dos 53 países que endossam o TFFF anunciaram aportes. Brasil, Indonésia, Noruega e França fizeram aportes no fundo e entraram como cotistas júniores do fundo, ou seja, são os investidores que correm o maior risco e aceitam a remuneração em um prazo mais longo. Brasil e Indonésia anunciaram US$ 1 bilhão. Noruega, 3 bilhões de euros. França, 500 milhões de euros. Portugal anunciou 1 milhão de euros e a Holanda, 6 milhões de euros. O dinheiro holandês será usado para pagar a fase inicial de operacionalização do mecanismo. O governo terminou eufórico o primeiro dia de Cúpula de Líderes da COP30, em Belém, na quinta-feira (06/11).
O principal motivo foram as sinalizações dadas pela comunidade internacional sobre o TFFF. Os números ainda estão distantes da meta de US$ 25 bilhões em investimentos soberanos para que o fundo atinja seu potencial máximo (US$ 125 bilhões) e ainda há condicionantes para os aportes de cada país. Os noruegueses, por exemplo, só investirão o prometido em 10 anos se houver ao menos outros US$ 10 bilhões soberanos no fundo e sua cota não for maior que 20%. No caso da França, o compromisso feito durante o almoço de trabalho sobre o TFFF, com os chefes de Estado e seus representantes, foi de que os valores serão pagos até 2030. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.