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07/Nov/2025

Exportação do Brasil aos EUA recuou em outubro

As exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos caíram 37,9% em outubro (totalizando US$ 2,217 bilhões no mês passado, ante US$ 3,570 bilhões em outubro de 2024), com o menor volume desde 2020. A balança comercial com este parceiro comercial resultou num déficit de US$ 1,76 bilhão no mês passado. Esta é a terceira queda consecutiva nas vendas aos Estados Unidos, neste que foi o terceiro mês de vigência da sobretaxa de 50% aplicada pelo governo Donald Trump a parte dos produtos brasileiros. No ano (de janeiro a outubro de 2025), as vendas de produtos brasileiros aos Estados Unidos caíram 4,5%, somando US$ 31,460 bilhões, ante US$ 32,949 bilhões no mesmo período de 2024. As importações de produtos norte-americanos cresceram 9,6% em outubro em relação ao mesmo mês de 2024 (US$ 3,979 bilhões x US$ 3,630 bilhões). Nos dez meses de 2025, as compras vindas dos Estados Unidos cresceram 11,6%, o equivalente a US$ 38,297 bilhões.

Neste período, a balança comercial com os Estados Unidos apresentou déficit de US$ 6,84 bilhões. A trajetória das exportações brasileiras aos Estados Unidos é decrescente nos últimos três meses. Em agosto, as vendas nacionais ao país norte-americano caíram 16,5%; em setembro, a redução foi de 20,3%; e, em outubro, a queda foi ainda maior, de 37,9%. As taxas de variação negativa são cada vez maiores, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Quanto aos produtos, é importante analisar as pautas para observar que possivelmente não é só um efeito direto de tarifa sobre os produtos brasileiros que faz com que a redução aconteça, pois mesmo produtos que não foram tarifados ou que continuam com tarifa zero caíram nas exportações aos Estados Unidos. Isso porque há uma menor demanda dos Estados Unidos em geral em razão dos choques tarifários. Os combustíveis, a celulose e o ferro-gusa não foram tarifados e as exportações estão entre as principais quedas para aquele país.

A principal queda em termos absolutos para os Estados Unidos no último mês de outubro foi petróleo bruto, produto que não foi tarifado. Há efeitos diversos influenciando a queda das exportações do Brasil aos Estados Unidos, provavelmente por redução da própria demanda norte-americana. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) tem observado alguns setores brasileiros, como o de carnes, declarando redirecionamento das vendas que eram realizadas para os Estados Unidos. Porém, é muito difícil comprovar esse movimento e fazer afirmações categóricas no curto prazo. O que dá para inferir é que commodities em geral teriam mais facilidade de encontrar outros mercados e o comércio internacional costuma ser resiliente em encontrar seus caminhos. Para alguns produtos, haveria facilidade, mas outros mais industrializados, como máquinas e equipamentos, precisam de mais tempo para encontrar novos mercados.

Segundo a Amcham Brasil, a queda de 37,9% nas exportações do Brasil aos Estados Unidos em outubro reforça a urgência de avanços nas negociações bilaterais. A redução foi a mais acentuada desde a entrada em vigor das tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, em agosto de 2025. Essa retração evidencia a intensificação dos efeitos negativos das tarifas sobre o fluxo comercial entre os dois países, impactando cadeias produtivas integradas, investimentos e empregos em ambas as economias. Esses efeitos se somam à menor demanda nos Estados Unidos e à redução de preços internacionais para alguns produtos, como petróleo e derivados. A forte contração nas exportações brasileiras para o mercado norte-americano em outubro reforça a urgência de uma solução para normalizar o comércio bilateral. É essencial que o valioso impulso político gerado pelo recente encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump seja aproveitado para alavancar avanços concretos nas negociações entre os dois países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.