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07/Nov/2025

Agricultura como solução para problemas climáticos

A agricultura é solução e não o vilão para a maior parte dos atuais problemas climáticos, disse o diretor-geral adjunto do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Lloyd Day. O problema é a falta de recursos e as interferências governamentais, disse Day, na abertura do COP30 Farmers'Summit, evento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pela Organização Mundial dos Agricultores (WFO) em Brasília. Este foi um dos três princípios defendidos por Day. Os outros dois são a inclusão dos agricultores nas discussões climáticas e basear as decisões na ciência de alimentos. Os agricultores precisam estar presentes, ser respeitados e fazer parte das discussões climáticas. Para o diretor-geral do IICA, há uma nova narrativa capitaneada pela agricultura. Uma narrativa para rejeitar a narrativa anterior, que diz que o sistema é falho. Agricultura é um sistema eficiente e que está melhorando.

O presidente da Organização Mundial dos Agricultores (WFO), Arnold Puech d'Alissac, criticou a baixa inclusão de agricultores nas discussões climáticas, às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). "Frequentemente, o debate climático fala da agricultura sem falar dos agricultores. Frequentemente, as políticas climáticas são faladas longe do campo. Todas as ações climáticas para a agricultura devem começar por meio do diálogo com os agricultores", defendeu d'Alissac, durante o COP30 Farmers'Summit, evento realizado pela WFO e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Brasília. D'Alissac, que também é membro do Conselho Executivo da Federação Nacional dos Sindicatos de Exploração Agrícola da França (FNSEA), afirmou que os agricultores escutam dizer que a COP30 será a COP da ação para alcance dos objetivos já discutidos.

"Queremos evocar discussão climática com a realidade do nosso campo, refletindo a vida daqueles que protegem e trabalham com a terra, criando ponte entre agricultores, governo privado e sociedade civil", afirmou. Os agricultores enfrentam também os desafios climáticos, além de outras instabilidades que afetam a cadeia agropecuária. "Conflitos e instabilidades destroem a cadeia de suprimentos, ao mesmo tempo o custo da produção ao redor do mundo cresce drasticamente. O setor também vê a necessidade de criar modelos de produção para crescer no mundo com desafios climáticos", observou D'Alissac. Ele afirmou que é necessário mobilizar o apoio coletivo e dar visibilidade às soluções sustentáveis adotadas pelos agricultores em todo o mundo. "Se o mundo quer atingir o objetivo climático, o mundo necessita dos agricultores como atores relevantes para a atuação climática e não como simples repositório das decisões. Sabemos que os desafios são enormes e que os agricultores são resilientes, enfrentando crises e guerras e continuamos alimentando o mundo", defendeu.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendeu que os produtores rurais sejam escutados no debate climático como parte da solução para as ações climáticas. O momento é decisivo para o planeta, com líderes mundiais em Belém na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), ao mesmo tempo em que os produtores de diversas nações querem reafirmar seu papel como protagonistas da ação climática. É hora de escutar quem está na linha de frente, quem produz, preserva e alimenta o planeta. A agropecuária brasileira é parte essencial da solução. O País produz com responsabilidade, ciência e inovação, conciliando produção com conservação, defendeu a CNA. É fundamental o mundo reconhecer a "singularidade" da agricultura tropical.

O Brasil é referência em tecnologias de baixo carbono, integração lavoura-pecuária-floresta, recuperação de pastagens e manejo eficiente dos recursos naturais. Precisamos de políticas, financiamentos e métricas, que reconheçam e respeitem as condições e garantam uma transição justa, sem penalizações comerciais unilaterais. O setor defende o fortalecimento do multilateralismo e um comércio internacional que "valorize quem produz com responsabilidade". Será por meio do diálogo entre as nações a construção de soluções equilibradas. Um diálogo não apenas entre governos, mas envolvendo também os atores privados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.