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07/Nov/2025

TFFF: países anunciam que farão aporte no fundo

O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store, anunciou um aporte de US$ 3 bilhões no Fundo de Florestas para Sempre (TFFF). O anúncio foi feito durante o almoço de lançamento do TFFF na cúpula de líderes em Belém nesta quinta-feira (06/11). Os recursos serão liberados ao longo dos próximos anos até 2035 e deverão ser reembolsados até 2075. A Noruega já contribui com a conservação do bioma amazônico sendo o maior doador do Fundo Amazônia. O ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, afirmou que o TFFF é "exatamente o que o mundo precisa". Reduzir desmatamento já não é mais suficiente. Precisamos criar incentivos para manter a floresta em pé", afirmou Eriksen. O ministro afirmou que está muito orgulhoso de dizer que a Noruega está investindo no fundo. "Mas sabemos que precisamos avançar ainda mais, apesar dos anúncios de hoje", acrescentou.

Eriksen concordou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que considera bastante possível alcançar a meta de, até o fim de 2026, quando se encerra a presidência brasileira à frente da COP, levantar US$ 10 bilhões. "Precisamos ter todo mundo a bordo na próxima fase de levantar recursos para o TFFF. É o que faremos agora", afirmou Eriksen. Para ele, o risco de aportar no TFFF é altamente gerenciável. O maior risco neste momento é não participar de iniciativa como essa para manter a floresta em pé. Ao não haver investimentos em mecanismos como o TFFF, todo o risco financeiro de desastres naturais recai sobre os cofres públicos. Assim, o fundo é uma forma de mitigar os riscos climáticos usando recursos mistos (privados e públicos). A Holanda irá doar ao TFFF 6 milhões de euros sem a necessidade de ter retorno do dinheiro.

Fernando Haddad, disse que alguns países vão fazer aportes no TFFF após cumprirem calendário interno, ou seja, após tramitação nos respectivos países. A ideia continua com o processo de captação ao longo da presidência brasileira da Conferência, que segue até o ano que vem. O fundraising é liderado pelo Brasil. O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, afirmou que o país irá se associar ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e fará, inicialmente, um aporte de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,17 milhões). “Portugal ficará como um país fundador”, disse Montenegro na entrada da cúpula de líderes, que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A Alemanha afirmou que apoia fundamentalmente o fundo proposto pelo Brasil com o objetivo de proteger as florestas tropicais, mas ainda não decidiu quanto contribuirá. O chanceler alemão Friedrich Merz, que estará presente nas negociações, considera a ideia muito interessante.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Alemanha deve anunciar nesta sexta-feira (07/11) o aporte no TFFF, em reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo brasileiro tem conversado com diferentes países e já esperava que houvesse anúncios de aportes durante a Conferência do Clima. A ideia é incentivar outros países a entrarem e dar sequência ao processo de captação ao longo da presidência brasileira da Conferência, que segue por 12 meses após o evento. O fundraising é liderado pelo Brasil, mas não há meta específica a ser atingida até o evento. Um fator tido como inédito para o financiamento climático é que o fundo vai garantir lucratividade para os investidores. A receita do fundo virá da diferença (spread) entre os pagamentos de juros com seus investimentos e o valor a ser pago sobre seu capital (contribuições do patrocinador). E, após os custos administrativos e pagamentos de suas próprias obrigações, o TFFF vai desembolsar "bônus" aos países com florestas tropicais. A ideia é que os papéis do TFFF sejam de nível AA ou AAA com remuneração de mercado.

Isso permitiria captar sem muitas dificuldades, na visão do governo, os US$ 100 bilhões para completar a carteira do fundo. Haddad reforçou o mecanismo não vai funcionar com doações, mas sim com aportes de investidores. O Reino Unido disse ao governo brasileiro que, por ora, não anunciaria um investimento no TFFF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o aporte de 500 milhões de euros da França no TFFF. Ele disse ainda que o governo já conversou com "meia dúzia" de países e os anúncios, na análise do ministro, são auspiciosos. Um almoço foi promovido nesta quinta-feira (06/11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com líderes e autoridades mundiais sobre o tema. Haddad informou que o presidente brasileiro iria ligar para chefes de Estado para mobilizar recursos. O titular da Fazenda declarou que, se cada país do G20 aportasse o volume que o Brasil está aportando, o TFFF já teria quase toda sua meta atingida. Além do Brasil, que aportou US$ 1 bilhão; a Noruega anunciou US$ 3 bilhões; a Indonésia, US$ 1 bilhão; e Portugal, 1 milhão de euros. Apesar de afirmar apoiar a criação do TFFF, o presidente da Finlândia, o conservador Alexander Stubb, afirmou que o país não deve colaborar financeiramente, ao menos por ora, com o fundo.

Questionado se essa posição poderia mudar no futuro próximo, o presidente afirmou que sim, mas que essa decisão depende do governo. Lula ficou decepcionado com a decisão da Finlândia. O presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou que o TFFF é uma iniciativa inédita e que os serviços ecossistêmicos precisam ser remunerados assim como as pessoas que preservam as florestas. Lula afirmou ainda que a floresta em pé vale mais que derrubada e que as árvores protegidas deveriam entrar no Produto Interno Bruto (PIB) dos países. "Quando a destruição das florestas atingirem pontos irreversíveis, serão sentidos nos quatro cantos do mundo. As florestas valem mais em pé do que derrubadas. Elas deveriam integrar o PIB dos nossos países. Os serviços ecossistêmicos que prestam para a humanidade precisam ser remunerados, assim como as pessoas que protegem as florestas", afirmou. Segundo ele, "os fundos verdes e climáticos internacionais não estão à altura dos desafios que a mudança climática nos coloca". O TFFF é um fundo em que os recursos aportados por países serão um investimento e não uma doação, com retorno monetário. "O TFFF é um fundo em que os recursos aportados por países serão um investimento e não uma doação, com retorno monetário", completou.

Ainda, Lula afirmou que o TFFF terá apoio de países das bacias do Amazonas, do Congo e do Bornéu-Mekong. Ele evitou, entretanto, citar valores já aportados por nações no fundo. Há expectativa que mais países o façam durante a COP30. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que gostaria de ter US$ 10 bilhões no fundo até o fim da presidência brasileira da COP30, em 2026. O TFFF será um dos principais resultados concretos no espírito de implementação da COP30. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o TFFF já atingiu metade dos recursos necessários para alavancar esse mecanismo, ou seja, 50% de US$ 10 bilhões vindo de países. São os recursos soberanos que irão dar o passo inicial para, posteriormente, a entrada de recursos privados. A expectativa é atingir US$ 10 bilhões no TFFF antes do fim da presidência brasileira na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), iniciada neste mês. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.