07/Nov/2025
O vice-premiê da China Ding Xuexiang defendeu o multilateralismo e o fim das barreiras comerciais a produtos verdes ao discursar na abertura da cúpula de líderes, que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). “A humanidade está em uma nova encruzilhada. É imperativo todos os países defenderem o verdadeiro multilateralismo, reforçar a solidariedade e coordenação e empreender ganhos sustentáveis em governança climática”, disse. Nesse contexto, o vice-premiê fez três propostas às lideranças presentes na cúpula.
“Em primeiro lugar, devemos nos manter na direção certa. Uma transição verde e de baixo carbono é a tendência do momento e que deve prevalecer”, afirmou. A segunda proposta é agir. “Devemos traduzir compromissos climáticos em ação. Devemos colocar em prática o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas (presente no Acordo de Paris) e defender a justiça entre os países”, disse. Ding afirmou ainda que os países desenvolvidos deveriam assumir a liderança e cumprir suas obrigações, entregando seus compromissos financeiros e provendo mais tecnologia para os países em desenvolvimento.
“A China honra seus compromissos e vai acelerar a transição verde em todas as áreas de desenvolvimento econômico e social”, afirmou. Em terceiro lugar, o premiê disse que é preciso aprofundar abertura e cooperação. “A transição global para um crescimento de baixo carbono necessita de cooperação. É preciso remover barreiras comerciais e incrementar um fluxo livre de produtos verdes de qualidade para melhor atender às necessidades do desenvolvimento global sustentável”, afirmou. O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, defendeu o multilateralismo, assim como fizeram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice premiê da China Ding Xuexiang na abertura do evento. “Temos de ter a capacidade de preservar o multilateralismo e de chamarmos para a mesa um player fundamental, que são os Estados Unidos da América”, afirmou.
Montenegro afirmou que a provável ausência do presidente Donald Trump não compromete a COP porque a conferência é muito impactante do ponto de vista de participação e porque é “transversal de todas as geografias do mundo”. “Quero também dizer que, na parte que cabe a Portugal, não deixaremos de sensibilizar a todos, inclusive aos Estados Unidos da América, a buscar esses objetivos. Os Estados Unidos são necessários nesse percurso de salvaguarda coletiva e universal que é gerir as mudanças climáticas e preservar a sustentabilidade ambiental”, afirmou que não é com palavras duras e “trocas mais acesas” que as partes vão conseguir se aproximar.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que "falta coragem política" para a transição energética, em direção ao uso de combustíveis não poluentes. Ele também falou na abertura da cúpula de líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). "Não é mais tempo de negociação, é tempo de implementação", declarou. Guterres reforçou o argumento sobre a necessidade de apoio aos países em desenvolvimento, especialmente aqueles mais dependentes de combustíveis fósseis. Ele afirmou ainda que o limite de 1,5°C, ao aquecimento do planeta, deve ser mantido e a ONU não "desistirá" do objetivo de manter esse limitador.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o discurso de abertura na Cúpula dos Líderes que antecede a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) nesta quinta-feira (06/11). Segundo ele, a postura dos Estados Unidos é um dos principais obstáculos para superação da crise climática e Trump “está 100% errado”. Petro afirmou que a postura dos Estados Unidos de negar a ciência empurra a humanidade para o abismo. “Donald Trump não está certo. Porque podemos ver o colapso que pode acontecer se os Estados Unidos não descarbonizarem sua economia. Está equivocado”, disse Petro. Segundo o presidente colombiano, Trump é uma espécie de ‘inimigo da humanidade’.
Ele questionou o fato de Trump não ter vindo para a Cúpula. Ao assumir a presidência, no início do ano, Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, como havia feito em seu primeiro mandato (2017-2021). Trump tem uma postura negacionista diante da crise climática. “Trump é contra a humanidade. O que devemos fazer então? Devemos deixá-lo em paz? Devemos esquecê-lo? Esquecer é o maior castigo? Como faço parte dessa mentalidade progressista, posso dizer que a vida é a nossa bandeira”, disse Petro. Petro disse que mais países além da Venezuela estão sob “ameaça” de invasão dos Estados Unidos. Ele citou, entre outros, o Brasil, a própria Colômbia, México e Cuba. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.