05/Nov/2025
A aversão a ativos de risco ao redor do mundo, em meio aos receios de uma correção de preços mais profunda no mercado de ações dos Estados Unidos, deu força ao dólar ante o Real nesta terça-feira (04/11), com a moeda norte-americana se reaproximando dos R$ 5,40. O dólar fechou com alta de 0,77%, a R$ 5,39. No ano, porém, a divisa acumula queda de 12,62%. A sessão desta terça-feira (04/11) foi marcada pela aversão aos ativos de risco ao redor do mundo, em meio aos receios de que possa haver uma correção intensa no mercado de ações norte-americano, impulsionado nos últimos meses pela euforia em torno da inteligência artificial.
O Morgan Stanley citou a possibilidade de haver reduções de 10% a 15% nos preços das ações, sem que isso decorra de algum colapso macroeconômico. Neste cenário, os índices de ações foram pressionados na Europa e nos Estados Unidos, enquanto o dólar ganhou força ante boa parte das demais divisas, incluindo o Real. Segundo o Daycoval, o cenário estava mais favorável, com os ativos de risco performando bem no último mês, puxados pelos ativos de tecnologia. Mas, depois do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) com a indefinição sobre os juros nos Estados Unidos, começou a ter um gatilho mais intenso de correção, uma referência ao fato de o Federal Reserve, após a reunião da semana passada, ter dado indicações de que os juros podem não cair novamente em dezembro nos Estados Unidos.
Neste cenário, o dólar à vista atingiu a máxima intradia de R$ 5,40 (+0,80%), enquanto no exterior a moeda norte-americana também sustentava ganhos firmes ante divisas pares do Real, como o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano. No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que por mais que o Banco Central seja pressionado a não baixar os juros, as taxas terão que cair. A expectativa do mercado é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (05/11), mas os agentes buscarão pistas no comunicado da decisão sobre quando os cortes começarão.
As reuniões seguintes do colegiado ocorrem em dezembro, janeiro e março. O fato de a Selic estar em nível elevado no Brasil, enquanto nos Estados Unidos o Fed cortou juros nas últimas reuniões, tem sido apontado como um fator favorável à atração de investimentos ao País, com impacto de baixa sobre o dólar. O Banco Central vendeu 45.000 contratos de swap cambial tradicional, para rolagem do vencimento de 1º de dezembro. No exterior, às 17h04 o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,36%, a 100,250. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.