04/Nov/2025
De acordo com dados da 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG), as emissões brutas de gases de efeito estufa do Brasil caíram 16,7% em 2024, atingindo 2,175 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e). É a maior queda nos índices de poluição climática do país desde 2009, e a segunda maior já registrada desde o início das medições, em 1990. As chamadas emissões líquidas, calculadas após o desconto de remoções de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, tiveram uma queda ainda maior: 22%, perdendo apenas para 2009 em porcentual de redução (24%). Como ocorre em quase todos os anos, a variação nas emissões do Brasil responde diretamente ao que acontece na vegetação nativa. Em 2024, a queda do desmatamento na Amazônia e no Cerrado provocou a maior redução da história nas emissões por mudança de uso da terra: 32,5%.
Em todos os outros setores da economia as emissões ficaram estáveis ou subiram: queda de 0,7% em agropecuária, alta de 0,8% em energia, 2,8% em processos industriais e 3,6% em resíduos. Com isso, a divisão das emissões nacionais por setor ficou da seguinte maneira em 2024: 42% para mudança de uso da terra, 29% para agropecuária, 20% para energia, 5% para resíduos e 4% para processos industriais. No ano retrasado, as participações relativas foram, respectivamente: 52%, 24%, 16%, 4% e 4%. Mesmo com a queda no desmatamento, as mudanças de uso da terra seguem sendo o fator que faz do Brasil o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, ou sexto, se a União Europeia for considerada como bloco. Os dados são da plataforma de dados Cait, do World Resources Institute (WRI). O Brasil emite mais carbono bruto somente por desmatamento que toda a Arábia Saudita (793 MtCO2e) e todo o Canadá (760 MtCO2e), dois dos principais países petroleiros do mundo.
A pecuária, que emite indiretamente pelo desmatamento e pelo uso de energia, e diretamente pela fermentação de metano no rebanho bovino, é de longe a atividade econômica mais emissora do Brasil, com 51% das emissões totais. Se fosse um país, o boi brasileiro seria o sétimo maior emissor do mundo, à frente do Japão. Em seguida vêm a agricultura (19% do total), o transporte de carga (6%) e o transporte de passageiros (5%). Todos os biomas brasileiros exceto o pampa (alta de 6%) registraram redução expressiva nas emissões brutas por desmatamento e conversão em 2024. A maior queda, de 66%, ocorreu no Pantanal. No Cerrado, as emissões caíram 41% e, na Amazônia, 33%. Mata Atlântica e Caatinga permaneceram estáveis, com reduções de 1% e 2%, respectivamente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.