ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Nov/2025

ONU: previsão do custo para frear a crise climática

O planeta precisa de aproximadamente US$ 310 bilhões anuais (R$ 1,66 trilhão), até 2035, para financiar as adaptações dos países em desenvolvimento ao avanço das mudanças climáticas, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O documento, divulgado às vésperas da Cúpula do Clima da ONU (COP30), que começa na quinta-feira (06/10) em Belém, mostra que as promessas de aumento de dinheiro por parte das nações ricas não têm sido cumpridas. “Os impactos climáticos estão se acelerando. Mas o financiamento para adaptação não está acompanhando o ritmo, deixando as pessoas mais vulneráveis do mundo expostas ao aumento do nível do mar, tempestades mortais e calor escaldante”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em sua mensagem sobre o relatório Lacuna de Adaptação.

O montante necessário, segundo os cálculos, é 12 vezes maior do que os atuais fluxos de investimentos no setor. O financiamento público de adaptação para países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, somou US$ 26 bilhões em 2023; abaixo dos US$ 28 bilhões do ano anterior. O aumento do aporte de recursos pelas nações desenvolvidas tem sido uma das principais demandas dos países em desenvolvimento nas últimas edições da COP, o que ajuda a travar as negociações climáticas. “A adaptação não é um custo, é uma tábua de salvação”, afirmou Guterres. Segundo especialistas, eventos climáticos extremos ficarão cada vez mais intensos e frequentes nos próximos anos. Outra questão para esta COP são as metas para redução do aquecimento global. Os planos climáticos anunciados por vários governos reduzirão as emissões de gases do efeito estufa no planeta em apenas 10% até 2035, segundo estudo parcial da ONU.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) calcula que até 2035 as emissões devem cair 60% na comparação com os níveis de 2019, caso os países desejem limitar o aquecimento global a 1,5ºC, como estipula o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris de 2015. No relatório, a ONU avalia os planos nacionais apresentados dentro do prazo, ou seja, até o fim de setembro, com os meios detalhados para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Mais de cem países, no entanto, não apresentaram seus planos a tempo, incluindo os Estados-membros da União Europeia, que divulgaram uma faixa indicativa, reduzir as emissões entre 66% e 72% até 2035 na comparação com 1990, e a China, que formalizou o plano fora do prazo. Os cientistas só puderam incluir em sua síntese os dados de 64 países, de quase 200. E não tiveram condições de atualizar de forma confiável a trajetória de aquecimento do planeta, que no ano passado foi avaliada em uma faixa de 2,1ºC a 2,8°C até o final do século 21.

As conclusões do IPCC alimentarão os debates da COP-30. Os países europeus e os insulares do Pacífico, ameaçados de desaparecimento pelo aumento do nível do mar, exigirão particularmente um debate sobre a questão das emissões e o papel das energias fósseis no aquecimento global. Atualmente, o aquecimento médio já é de 1,4ºC em relação ao nível registrado no período pré-industrial. Muitos cientistas consideram que o limite de 1,5ºC provavelmente será superado até o final da década, já que a humanidade continua queimando petróleo, gás e carvão para suprir suas necessidades energéticas. Diante do atual cenário, o discurso da ONU e dos climatologistas foi adaptado: os especialistas defendem que, uma vez atingido o limite, este seja reduzido o mais rápido possível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.