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03/Nov/2025

Brasil quer acelerar negociação comercial com EUA

O governo brasileiro quer se reunir com os Estados Unidos em no máximo duas semanas para dar andamento às negociações envolvendo o tarifaço imposto aos produtos importados do Brasil. A ideia é que a reunião possa acontecer já nesta semana ou no mais tardar na seguinte. A ideia do governo brasileiro é que a delegação seja composta pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Belém na próxima semana para eventos relacionados à COP30. Deve voltar a Brasília depois do dia 10 de novembro. As negociações para que o encontro aconteça estão em andamento e o governo brasileiro aguarda, no momento, um sinal dos Estados Unidos para que a comitiva se dirija a Washington. A ideia é evitar que essa negociação se prolongue. Não há intenção, por exemplo, de adiar as tratativas para o ano que vem. O governo pretende ter um resultado sobre o caso ainda neste ano.

A principal dúvida entre diplomatas brasileiros e integrantes do Palácio do Planalto é sobre o que os Estados Unidos cobrarão para retirar os 40% de tarifa sobre os produtos brasileiros (já que os 10% aplicados a todos os países já são dados como inegociáveis). Na conversa de Donald Trump com Lula e no encontro que integrantes das duas delegações tiveram no dia seguinte, os temas terras raras, minerais críticos e Brics não foram abordados. Ao mesmo tempo, consideram que esse é um ponto que pode ser incluído nas tratativas nas próximas semanas, o que não significa, necessariamente, que as demandas dos norte-americanos serão plenamente atendidas. Os dois principais pontos abordados nas conversas na Malásia foram questões comerciais e tarifárias envolvendo o etanol e as plataformas digitais. Os dois assuntos, porém, foram trazidos ‘en passant’ pelos norte-americanos.

A forma como isso foi levado na reunião deu a integrantes da comitiva brasileira a impressão de que ainda não há definição do lado dos Estados Unidos sobre quais serão as demandas daqui para frente. Jair Bolsonaro e sua situação jurídica tampouco foram discutidos em nenhum momento. Há uma impressão cristalizada entre integrantes do governo brasileiro de que esse assunto está fora da discussão, uma vez que não foi levantado por Trump e seus auxiliares em nenhum momento das conversas até aqui. Isso tem sido entendido pelo lado brasileiro como se o problema apontado inicialmente pelo governo dos Estados Unidos em relação ao ex-presidente não existisse mais.

Ainda, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que não há data marcada para uma reunião sua e de negociadores brasileiros com as contrapartes dos Estados Unidos para discutir o tarifaço. Segundo ele, houve um avanço significativo na relação dos países depois dos encontros de Donald Trump com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda é preciso esperar os desdobramentos. O vice-presidente afirmou que o governo federal segue trabalhando pela suspensão temporária da tarifa adicional de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

Alckmin também repetiu que o Brasil não é problema para os Estados Unidos. Do G20, das 20 maiores economias do mundo, só com três os Estados Unidos têm superávit na balança comercial: Reino Unido, Austrália e Brasil. Ele reforçou que, enquanto não se resolve a questão, o governo fez um conjunto de medidas para ajudar as empresas a preservarem o emprego. E citou como exemplos os R$ 40 bilhões de créditos com juros de 6% a 9,5% a postergação de pagamento de tributos até dezembro, a prorrogação do regime de drawback e a criação do Reintegra a empresas que perderam exportação para os Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.