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03/Nov/2025

COP30: propostas da Embrapa sobre crise climática

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou na sexta-feira (31/10) as propostas da estatal para o enfrentamento das mudanças climáticas, baseadas em práticas voltadas à adaptação, mitigação e resiliência dos sistemas produtivos. As propostas vão ao encontro do foco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) de "implementação" dos compromissos climáticos, se colocando como "articuladora das soluções na agropecuária". A transição para modelos sustentáveis na agropecuária só acontecerá com investimento em ciência, pesquisa e inovação como apoio imprescindível à construção de políticas públicas efetivas e integradas, defende a Embrapa.

A agenda científica proposta pela Embrapa está focada no desenvolvimento de tecnologias para adaptação e mitigação climática que aumentem a resiliência da agricultura e dos sistemas alimentares aos eventos extremos e às novas condições climáticas, que gerem materiais genéticos resistentes, resilientes e adaptados a diferentes condições de solo e clima, que reduzam as emissões de gases de efeito estufa. A Embrapa cita ainda a necessidade de desenvolvimento de tecnologias que aumentem a capacidade de fixação de carbono e de nitrogênio e promovam a biodiversidade no solo, que promovam produtos de "baixo carbono" que agreguem valor, que estabeleçam protocolos e a rastreabilidade dos sistemas de produção sustentáveis, visando certificação.

Tecnologias que gerem modelos de mitigação de riscos provenientes das mudanças climáticas, utilizem mais as fontes renováveis de energia a partir de biomassa e gerem produtos com alto valor agregado associados a bioeconomia da biodiversidade também são mencionadas pela estatal. Para implementação dessa agenda, é necessário investimento em pesquisas que foquem em sistemas agroalimentares com tecnologias poupa-terra, uso de bioinsumos e façam o uso e o aproveitamento eficiente dos recursos naturais. A estatal também defende aporte em pesquisas que reduzam produtos sintéticos e energia, derivados de fósseis.

Também há demanda de investimentos em pesquisas para intensificação sustentável dos sistemas agroalimentares e para recuperação de áreas degradadas, restauração da a biodiversidade e utilização de práticas regenerativas, além de pesquisas que reduzam os custos de produção agropecuária e evitem perdas e desperdícios nas cadeias. Outro foco de investimento deve ser no desenvolvimento de novos ativos associados ao potencial da bioeconomia dos biomas brasileiros. O documento, batizado de "Contribuições Embrapa para o Mutirão Global Contra a Mudança do Clima", foi entregue pela presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e ao enviado especial da Agricultura para a COP30, ex-ministro Roberto Rodrigues.

A Embrapa ouviu especialistas do clima, representantes de organismos internacionais, associações de agricultores familiares, sindicatos de produtores rurais, representações dos povos indígenas, da floresta, quilombolas e ribeirinhos, além de ministérios, bancos internacionais e nacionais, empresas públicas e privadas, nos seis biomas brasileiros para a construção do documento. Além das propostas, o documento traz um diagnóstico nacional dos principais desafios da agropecuária frente às mudanças climáticas.

O Brasil está preparado para apresentar na COP30 uma agricultura comprometida com a produção sustentável de alimentos, fibras e energia renovável, com inclusão socioprodutiva, competitividade e justiça climática, observou a estatal. A Embrapa defende também a "mobilização" de financiamento adequado, sistêmico e de longo prazo para a pesquisa e implementação de ações climáticas no campo. Para transformar compromissos climáticos em soluções concretas, atraindo investimentos multilaterais e fortalecendo a inserção do Brasil na vanguarda da ação climática global, pontuou a estatal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.