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03/Nov/2025

Agências de viagens aliam turismo e agronegócio

Conhecer a produção de baunilha no México, a pecuária sustentável da Bolívia, os sistemas de irrigação do Egito ou as fazendas de produção de leite no interior do Brasil. Os roteiros turísticos do agronegócio têm ganhado força no pós-pandemia e crescem em número e faturamento. É mais um segmento em ascensão entre as viagens temáticas. No Brasil, há missões técnicas em fazendas ou visitas a empresas do setor para conhecer iniciativas de sucesso, pesquisas, inovações e tecnologias agrícolas, além de expedições para eventos (feiras, principalmente) e viagens de intercâmbio e de incentivo. São organizadas por agências e operadoras especializadas, que também recebem estrangeiros interessados nas rotas do agronegócio brasileiro. Segundo a AgroTravel, agência de viagens de Ribeirão Preto (SP), a demanda é muito grande e tem crescido a cada ano. As empresas estão cada vez mais criteriosas nos investimentos. Às vezes, é melhor investir em uma viagem dessas, que agrega conhecimento, do que ser patrocinador de um evento.

Como a gama de serviços oferecidos contempla todo o agronegócio, o público-alvo dos roteiros é composto tanto por empresas (B2B) como o viajante final (B2C, ou business to consumer). Apesar de o foco ser no conhecimento técnico, há sempre a oportunidade de passear pelo destino. O setor tem crescido em bom ritmo nos últimos cinco anos. A Caep Brasil, empresa de origem norte-americana com sede em São Paulo, fatura em torno de R$ 50 milhões ao ano com viagens técnicas para o agronegócio pelo mundo, e mantém uma média de crescimento anual de 20% a 25% desde a pandemia. Atualmente, ela realiza cerca de 60 viagens por ano; antes, eram por volta de 40. As viagens são, principalmente, B2B, sendo os maiores clientes as empresas do agro. Os roteiros são diversos, para visitar fazendas, empresas, Bolsas de valores, fábricas e projetos dentro de universidades. Cooperativas, empresas do setor (maquinário, fertilizantes, insumos), produtores rurais e estudantes de agronomia costumam comprar os roteiros.

No caso da AgroTrip, também de Ribeirão Preto (SP), que realiza uma média de 18 viagens de agronegócio por ano, o faturamento e a quantidade de funcionários triplicaram no pós-pandemia. Já a AgroTravel registrou crescimento de 120% em 2023 e 195% em 2024, se comparados com os anos anteriores. Anualmente, a empresa efetua de 20 a 30 excursões, com grupos que variam de 15 a 30 pessoas. Pensada de modo diferente para cada cliente, uma viagem técnica de uma semana para os Estados Unidos pela Caep Brasil custa a partir de R$ 37 mil, incluindo passagem aérea. Roteiros de uma semana oferecidos pela AgroTrip, com transporte, hospedagem, acompanhamento técnico, tradutor e alimentação, variam entre R$ 13,4 mil e R$ 18,8 mil por pessoa (sem aéreo). A AgroTravel não forneceu valores, informando que o preço é determinado pelo tipo de circuito e pela duração. Existem ainda agências que trabalham com viagens de incentivo no agronegócio, quando um roteiro de lazer é concedido como premiação, a funcionários ou clientes, pelas empresas atendidas em missões técnicas.

Para esse tipo de turismo, Alemanha e Estados Unidos são alguns dos destinos. As viagens de incentivo permitiram que companhias não especializadas no agro expandissem sua cartela de serviços, como é o caso da Conextravel. A carteira de clientes foi montada com base no agro. As empresas querem a gestão dessas viagens de ponta a ponta, sejam corporativas, de incentivo, reuniões, feiras e congressos no Brasil ou no exterior, explica a Conextravel. Algumas dessas companhias trabalham também com intercâmbios agrícolas, que são uma possibilidade de unir o estágio na área com o aperfeiçoamento de um idioma e o conhecimento em outra cultura. Há também o intercâmbio agrícola com remuneração. O estudante recebe cerca de US$ 1 mil (R$ 5,38 mil) para o estágio remunerado em países como Estados Unidos e Nova Zelândia, informa a Caep Brasil. Podem se inscrever alunos com idades entre 18 e 30 anos, que precisam necessariamente ter nível intermediário de inglês e ser da área agrícola. O intercâmbio dura entre 6 e 12 meses e o pacote custa aproximadamente R$ 27 mil, incluindo passagem aérea. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.