24/Oct/2025
Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre), sobre o impacto do tarifaço dos Estados Unidos nas regiões brasileiras, mostra que o nível de concentração da pauta exportadora e o de exposição a produtos não isentos, além de questões logísticas, foram fatores determinantes. O estudo analisou o fluxo de comércio em setembro de 2025 contra setembro de 2024. As quedas mais profundas, em termos percentuais, atingiram principalmente Estados com baixa diversificação nas exportações, com a Região Nordeste sendo a mais vulnerável: dos seis Estados com as maiores retrações percentuais, quatro são nordestinos.
No topo do ranking das maiores quedas estão: Mato Grosso (-81,0%), Tocantins (-74,3%), Alagoas (-71,3%), Piauí (-68,6%), Rio Grande do Norte (-65,0%) e Pernambuco (-64,8%). As exportações de Estados com forte base industrial, como Paraná (-56,3%), Santa Catarina (-54,9%) e Rio Grande do Sul (-51,5%), registraram quedas expressivas, sugerindo um impacto de tarifas somado à disputa de preços nos Estados Unidos, principalmente em bens de capital e produtos semiacabados. Em contraste, as maiores perdas em valor absoluto concentraram-se em Estados industriais e agrícolas das Regiões Sudeste e Sul, que foram diretamente atingidos pelas tarifas em bens de manufatura e produtos de metal e semiacabados.
Minas Gerais, por exemplo, registrou queda de US$ 236 milhões. Na sequência, aparecem Santa Catarina (US$ 95,9 milhões aproximadamente), Rio Grande do Sul (US$ 88,8 milhões), Rio de Janeiro (US$ 88,8 milhões) e Paraná (US$ 82,4 milhões). O estudo aponta ainda que o resultado negativo em setembro também é atribuído a um efeito-calendário, com muitas empresas adiantando seus envios nos meses de julho e agosto, o que pode gerar uma redução natural nos volumes exportados no mês seguinte. Nesses casos, há sinais de pressões estruturais: tarifa, disputa de preços e troca de fornecedores pelos compradores nos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.