24/Oct/2025

Em reunião na Organização Meteorológica Mundial (OMM), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial não será alcançada, enfatizando que “ultrapassar o limite agora é inevitável”. O aquecimento de 1,5 °C é calculado em relação ao período pré-industrial, antes da humanidade começar a queimar carvão, petróleo e gás industrialmente, cuja combustão emite dióxido de carbono, um gás de efeito estufa responsável pela mudança climática. Esse é o alvo mais otimista que os países incluíram no Acordo de Paris de 2015, mas que muitos climatologistas já consideravam impossível de alcançar, uma vez que as emissões de CO2 ainda não estão diminuindo globalmente.

Em maio deste ano, a Atualização Climática Global Anual e Decenal da OMM projetou que as temperaturas globais devem continuar em níveis recordes nos próximos cinco anos, aumentando os riscos e impactos climáticos nas sociedades, economias e desenvolvimento sustentável. O relatório prevê que a temperatura média global próxima à superfície, calculada para cada ano entre 2025 e 2029, deverá ser entre 1,2°C e 1,9°C superior à média dos anos de 1850 a 1900. Há 80% de chance de que pelo menos um dos próximos cinco anos ultrapasse 2024 como o mais quente já registrado. Há 86% de chance de que pelo menos um ano seja mais de 1,5 °C acima do nível pré-industrial. O relatório não fornece previsões para anos individuais. Há ainda uma probabilidade de 70% de que o aquecimento médio do planeta supere a marca de 1,5°C em relação à era pré-industrial entre 2025 e 2029.

O planeta vai continuar em um nível sem precedentes de aquecimento, após 2023 e 2024 terem sido os anos mais quentes registrados, segundo o Serviço Meteorológico do Reino Unido, a partir de previsões de centros internacionais, em relatório da OMM. As informações da avaliação reforçam o diagnóstico do relatório “2025 Planetary Health Check”, publicado pelo Laboratório Científico de Limites Planetários, do Instituto Potsdam de Pesquisa Climática, segundo o qual os seres humanos estão levando o planeta para “além dos limites de funcionamento seguro”. Sete dos nove sistemas que dão suporte à vida da Terra já tiveram seus parâmetros ideais ultrapassados; um a mais do que em 2024. O relatório revela que o nível de acidificação dos oceanos alcançou uma zona de perigo pela primeira vez na história. Apenas dois desses parâmetros ainda se encontram dentro de limites seguros: a camada de ozônio e a poluição do ar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.