22/Oct/2025

Empresas norte-americanas como a Learning Resources e hand2Mind apresentaram um processo que pressiona a Suprema Corte dos Estados Unidos a confirmar as decisões de tribunais inferiores de que as tarifas impostas pelo presidente do país, Donald Trump, são equivalentes a um imposto ilegal superior a US$ 3 trilhões. A empresa de brinquedos educativos Learning Resources alega que Trump aumentou a alíquota tarifária da nação em dez vezes, para o nível mais alto desde pelo menos a Segunda Guerra Mundial, e, nos meses seguintes, ele aumentou e diminuiu, pausou e retomou, e ameaçou e desameaçou tarifas à vontade, por uma variedade de razões. Segundo a empresa, a partir de informações do próprio governo, essas ações representam um aumento de impostos de mais de US$ 3 trilhões para os norte-americanos na próxima década.

A Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) não concede ao presidente um poder unilateral tão vasto. De fato, ela não dá ao presidente qualquer poder de taxação ou tarifação. Para a Macquarie, os mercados não estão prestando a devida atenção à possibilidade de a Suprema Corte dos Estados Unidos interferir na autoridade tarifária sob o IEEPA, lei que sustenta as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O tribunal deve começar a ouvir os argumentos no início de novembro, com uma decisão esperada até o começo de 2026. Uma eventual anulação dessa autoridade poderia levantar preocupações sobre a sustentabilidade da dívida soberana dos Estados Unidos, o volume de emissões de títulos nos próximos 5 a 10 anos e pressionar os rendimentos de longo prazo para cima.

O movimento também pesaria sobre os múltiplos das ações e levaria a uma depreciação do dólar, à medida que investidores passassem a temer a monetização da dívida e repressão financeira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para conter a alta dos rendimentos. Se a Suprema Corte derrubar as tarifas do IEEPA, o governo federal ficaria com cerca de US$ 2 trilhões a menos em receitas no período fiscal de 2025 a 2034, segundo estimativa do Center for a Responsible Budget. A Macquarie alerta ainda que o caso está intrinsecamente ligado às negociações entre Estados Unidos e China, já que o governo chinês pode adiar concessões à espera do veredito. Com as audiências abertas ao público e transmitidas ao vivo, os traders poderão captar sinais sobre a posição dos juízes muito antes da decisão final. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.