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16/Oct/2025

EUA impõe tarifas a produtos marítimos da China

O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de tarifas de 100% a 150% sobre produtos chineses ligados aos setores marítimo, logístico e de construção naval. A ação busca "reduzir a dependência de fontes chinesas" e "fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos" do país, segundo documento que será publicado nesta quinta-feira (16/10) no Federal Register, o diário oficial dos Estados Unidos. De acordo com o texto, as novas tarifas entram em vigor no dia 9 de novembro e abrangem uma ampla gama de equipamentos usados em portos e transporte intermodal. Entre os produtos afetados estão guindastes "ship-to-shore" (STS), aqueles usados para descarregar contêineres de embarcações, e chassis intermodais e suas partes, como trailers e semi-reboques empregados no transporte de cargas marítimas e ferroviárias. A tarifa também se aplica a equipamentos "fabricados, montados ou contendo componentes de origem chinesa", inclusive aqueles produzidos "por empresas controladas ou substancialmente influenciadas por nacionais chineses".

A medida também altera a forma de cobrança da taxa sobre navios estrangeiros transportadores de veículos, que passa a ser calculada com base em toneladas líquidas, em vez da antiga métrica por unidade de automóvel. O valor foi fixado em US$ 46,00 por tonelada, limitado a cinco cobranças por embarcação ao ano. A regra vale para navios construídos fora dos Estados Unidos, enquanto embarcações do governo norte-americano e as inscritas no Maritime Security Program ficarão isentas até abril de 2029. O USTR justificou que a imposição de tarifas de 100% sobre guindastes e chassis intermodais da China tem por objetivo "aumentar a alavancagem dos Estados Unidos" e responder às práticas e políticas investigadas do país asiático. A proposta também prevê tarifas adicionais, de até 150%, sobre outros equipamentos portuários, como pórticos de pneus de borracha, guindastes sobre trilhos, empilhadeiras automáticas, reachstackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders. O documento também abre uma consulta pública até 10 de novembro sobre possíveis ajustes nas tarifas.

Além disso, guindastes STS contratados antes de 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 ficarão isentos da alíquota de 100%. O USTR ainda revogou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), medida que, segundo o texto, busca evitar "disrupções de curto prazo" no setor energético. O representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, afirmou que já possui a estrutura necessária para aplicar tarifas extra sobre produtos da China. Isso é real, mas a expectativa é que a China recue nas restrições sobre bens de terras raras e que a aplicação de tarifas não seja necessária. Greer disse que gostaria de voltar as negociações comerciais com a China para o ponto em que estavam antes da nova escalada na semana anterior. "Esta é a última vez que queremos falar com a China sobre terras raras, mas, infelizmente, só querem falar disso", afirmou. As quatro rodadas de negociações com autoridades chinesas aconteceram de maneira respeitosa, com exceção de um indivíduo, que teria dito que a China "causaria o caos global se taxas alfandegárias fossem efetivadas pelos Estados Unidos".

Os envios de ímãs e outros bens de terras raras estavam acontecendo normalmente após os acordos com a China, mas que desaceleraram nas últimas semanas. De acordo com Greer, o escopo e a escala das novas restrições são maiores do que as vigentes anteriormente. "Primeiro, disseram que a redução nos fluxos tinha relação com o feriado. Eles não são confiáveis. E se a China não for um parceiro confiável, teremos que separar nossas economias mesmo que não seja nosso desejo". Preferimos reduzir os riscos econômicos e diversificar nossas cadeias de oferta o mais rápido possível", afirmou. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, ecoou comentários do presidente norte-americano, Donald Trump, ao afirmar que não pretende prejudicar a China, apenas "ajudá-la". Segundo ele, negociações "substanciais" aconteceram nos últimas dias e mais conversas serão realizadas nesta semana, sinalizando possível extensão da trégua tarifária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.