16/Oct/2025
O diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett, acusou a China de tentar "intimidar" o governo norte-americano ao retomar controles de exportação sobre bens de terras raras na semana passada. "Foi um clássico movimento de intimidação. Nem sequer atendiam ligações do nosso time perguntando: 'o que aconteceu? Não estava tudo certo para Trump e Xi se encontrarem?'", disse, em entrevista na terça-feira (14/10). Hassett, contudo, expressou confiança de que as negociações comerciais entre ambos os países continuarão em andamento e de que a China começará a "seguir regras da comunidade internacional".
Segundo ele, a China "precisa voltar para a mesa de negociações" e trabalhar em conjunto com autoridades norte-americanas para resolver a questão comercial por meio do diálogo, sob o risco de prejudicar a própria economia chinesa. Na visão dele, a economia da China já está enfrentando problemas neste ano, sendo sustentada majoritariamente pelas exportações de bens chineses para a Europa. "Talvez por isso estejam agindo assim", comentou, em referência aos controles sobre terras raras. "Xi Jinping está contra o melhor time que já tivemos, liderado pelo presidente Donald Trump e pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent", afirmou Hassett.
O conselheiro econômico disse ainda que o governo norte-americano tem muitos "trunfos" contra China, sem detalhar quais. "A China não tirará vantagem de nós, Trump irá conseguir um bom acordo para a economia dos Estados Unidos". O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, defendeu que a recente escalada nas tensões comerciais com a China mostra como é "crucial" que o presidente norte-americano, Donald Trump, detenha o poder para implementar tarifas em caráter emergencial. Bessent argumentou que a medida é essencial para dar mais força a autoridades na busca por um "comércio mais justo" e que traga benefícios para o país.
Bessent disse ainda que não é contra a operação de empresas chinesas nos Estados Unidos em setores não sensíveis para a segurança nacional, como o varejo, desde que o façam "de maneira justa". "Vimos recentemente a abertura de uma varejista chinesa de moda que compete com a Zara, e isso é bom. Mas também queremos ver mais varejistas dos Estados Unidos operando na China", ponderou. O secretário do Tesouro disse ver abertura do governo chinês para continuar discussões sobre o comércio e encontrar meio termo benéfico a ambos os países. Scott Bessent, afirmou que está otimista em relação à China e que conversas de alto nível estão acontecendo, mas não descartou a possibilidade de o governo norte-americano usar "muitas medidas" contra a China, se for necessário.
Bessent afirmou que a confiança entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping é uma razão pela qual a tensão comercial não escalou entre as duas economias. O secretário confirmou que se encontrará com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, antes da reunião Xi-Trump na Ásia. A China estava planejando erguer novas barreiras, mas os Estados Unidos não querem escalar tensões, pontuou ele, acrescentando que a China está tentando mudar a narrativa sobre terras raras. Bessent ainda comentou que haverá anúncios comerciais durante a viagem do presidente dos Estados Unidos à Ásia: "estamos finalizando acordo com Coreia do Sul e Trump teve boa conversa com Canadá".
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, reiterou que as negociações comerciais sino-americanas continuam e que ainda espera um encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping no fim de outubro, na Coreia do Sul. Contudo, Bessent voltou a tecer críticas a imposição de controles de exportação de bens de terras raras pela China. "Não se enganem: isso é a China contra o mundo. Eles são uma economia estatal e não deixaremos um grupo de burocratas em Pequim comandar a economia global", disse Bessent.
Para o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, as restrições anunciadas pela China na semana passada são táticas de coerção contra todos os países, ao afetar indústrias críticas, como produção de semicondutores, automóveis e defesa. "Esse movimento não é uma retaliação proporcional aos Estados Unidos", pontuou. A iniciativa chinesa foi a responsável por retomar a escalada de tensões comerciais. As autoridades norte-americanas também criticaram a ausência de compras de produtos por parte da China, alegando que há muito setores não sensíveis à segurança nacional, aptos para a comercialização de bens e cuja troca seria mutuamente benéfica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.