15/Oct/2025
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as exportações brasileiras de alimentos industrializados somaram US$ 6,1 bilhões em setembro, 1% acima de igual mês de 2024. Na comparação com agosto deste ano, o crescimento foi de 3,4%. Em relação às vendas aos Estados Unidos, que aplicaram tarifa adicional de 50% aos produtos adquiridos do Brasil, houve retração de 14% na comparação com agosto e de 34,5% ante setembro de 2024. Os embarques para os Estados Unidos totalizaram US$ 285,1 milhões, reduzindo a participação do mercado norte-americano para 4,6% do total exportado pelo setor, ante 5,7% em agosto e 7,5% em julho. Ainda assim, o país segue como o segundo maior destino dos alimentos industrializados brasileiros. Mercados alternativos ganharam relevância e podem indicar uma recomposição geográfica das exportações brasileiras. Mesmo diante de um cenário internacional desafiador, marcado por volatilidade cambial, oscilação de commodities e pela efetivação da tarifa norte-americana, o setor mantém desempenho consistente e diversificado.
Ainda assim, é essencial preservar a previsibilidade e competitividade no acesso ao mercado dos Estados Unidos, mantendo o papel estratégico do Brasil como fornecedor global. Para o México, o Brasil exportou em setembro US$ 217,7 milhões (3,5% do total), 94,4% mais em relação a setembro de 2024. O resultado foi impulsionado pelas proteínas animais (+102,6%). Em setembro também foram mercados relevantes para os alimentos produzidos pelo Brasil as Filipinas (US$ 216,7 milhões, +71,3%); Índia (US$ 168 milhões, +62,9%); Arábia Saudita (US$ 233 milhões, +31%) e Emirados Árabes (US$ 229,4 milhões, +5,5%). A maior queda nos embarques para os Estados Unidos foi em açúcares, com retração de 76,2% ante setembro de 2024 e 58% em relação a agosto deste ano. Em proteínas animais, a queda foi de 50,6% na comparação com setembro do ano passado.
Duas exceções merecem nota: o suco de laranja, não afetado pela tarifa, teve leve queda mensal (-4,4%), mas cresceu 17,8% em relação ao mesmo mês de 2024; e o grupo de óleos e gorduras, que avançou 30,4% no ano, ainda que tenha recuado 55,7% em relação a agosto. A China permanece como o principal destino das exportações de alimentos industrializados, com US$ 1,3 bilhão em setembro, estável em relação a agosto (-0,37%), mas alta de 25% sobre setembro de 2024. O país respondeu por 21,3% do total exportado, impulsionado por proteínas animais (US$ 1,08 bilhão, +40,2%) e açúcares (US$ 143,6 milhões, -31,3%). As vendas aos países da Liga Árabe somaram US$ 1,04 bilhão (+24% ante agosto), com participação de 16,8%. O desempenho foi puxado por açúcares (US$ 549 milhões), proteína animal (US$ 443,9 milhões) e farelo de soja (US$ 18,3 milhões). A União Europeia respondeu por US$ 715,9 milhões em setembro, aumento de 9,3% sobre agosto, mas queda de 6,6% em relação a setembro de 2024. A pauta foi dominada por produtos de soja (US$ 332,2 milhões) e proteína animal (US$ 149,7 milhões). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.