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15/Oct/2025

Crise de endividamento em países pobres preocupa

Junto ao início das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, um grupo de conceituados economistas e ex-ministros de Finanças divulgou uma carta aberta pedindo que líderes globais enfrentem "com urgência os desafios insustentáveis da dívida que assolam países de baixa e média renda e transformem dívida em esperança". O texto alerta que "nações ao redor do mundo estão pagando custos exorbitantes de serviço da dívida em vez de investir em escolas, hospitais, ação climática ou outros serviços essenciais".

Segundo os signatários, governos africanos destinam, em média, 17% das receitas ao pagamento de dívidas, e limitar esse valor a 10% em 21 países liberaria recursos suficientes para fornecer água potável e saneamento a cerca de 10 milhões de pessoas e evitar 23 mil mortes de crianças menores de cinco anos por ano. Os autores criticam a lentidão das iniciativas existentes. O plano do G20 para enfrentar esse problema aliviou apenas 7% do valor total da dívida externa de países de baixa renda em risco. E defendem soluções eficazes e práticas para restaurar crescimento e estabilidade.

Entre as propostas estão a redução imediata dos encargos da dívida, o reforço dos fundos de alívio do Banco Mundial e do FMI, reformas para tornar as reestruturações "mais rápidas e justas" e a criação de um 'Clube de Devedores' para fortalecer a posição de países nas negociações. A carta conclui que uma ação ousada "significa mais crianças nas salas de aula, mais enfermeiros nos hospitais, mais empregos e mais ação climática", e que essas medidas "servem ao interesse global".

A carta é assinada, entre outros, por Joseph Stiglitz, professor da Universidade Columbia e prêmio Nobel de Economia; Vera Songwe, ex-secretária executiva da Comissão Econômica da ONU para a África; Mariana Mazzucato, professora da University College London; Trevor Manuel, ex-ministro das Finanças da África do Sul; e Paolo Gentiloni, ex-primeiro-ministro da Itália e ex-comissário europeu para a Economia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.