15/Oct/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou recursos financeiros de bancos multilaterais e países doadores na segunda-feira (13/10), durante reunião de membros do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em Roma. Segundo Lula, sem orçamento para a causa, não haverá “transformação”. “Primeiro, aos bancos multilaterais e países doadores: é necessário rever as prioridades. Programas de ajuste fiscal não são um fim em si mesmo que justifiquem a redução do investimento em desenvolvimento humano e social. Não há melhor estímulo para a economia global do que o combate à fome e à pobreza. Os recursos disponíveis devem ser mobilizados para enfrentar os desafios reais da humanidade”, declarou.
“Vivemos em um mundo hiperconectado, com inteligência artificial, avanços científicos e até planos de habitar a Lua, mas a persistência da fome e da pobreza são as provas mais dolorosas de que falhamos como comunidade global.” Lula defendeu a adoção de um imposto global de 2% sobre os mais ricos para arrecadar fundos para acabar com a fome no planeta. De acordo com ele, “673 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar. Com base em dados do Programa Mundial de Alimentos, é possível estimar que garantir três refeições diárias a essas pessoas custaria cerca de US$ 315 bilhões. Isso representa 12% dos US$ 2,7 trilhões consumidos anualmente em armas. Estabelecendo o imposto global de 2% sobre os ativos de super-ricos obteríamos esse montante”.
Segundo o presidente, não é possível dissociar insegurança alimentar e divisão entre ricos e pobres, homens e mulheres e países ricos e os em desenvolvimento. Lula também afirmou que poucas iniciativas contribuiriam tanto com o combate à fome do que uma “reforma da arquitetura financeira internacional”. Na tribuna da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Lula defendeu mecanismos para auxiliar países que enfrentam a insegurança alimentar, como o alívio de dívidas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.