14/Oct/2025
O Ministério do Comércio da China informou nesta segunda-feira (13/10) que adotará medidas de retaliação se os Estados Unidos mantiverem a ameaça de cobrar tarifas adicionais de 100% sobre as importações de produtos chineses, após as restrições impostas pelo governo chinês às exportações de minerais raros. Recorrer a ameaças de altas tarifas não é a forma correta de lidar com a China. O Ministério do Comércio afirmou ainda que as medidas chinesas são legítimas e visam proteger os direitos e interesses das empresas nacionais. Foi reiterado que o país "não quer uma guerra comercial, mas não tem medo dela", e pediu que os Estados Unidos corrijam rapidamente sua abordagem equivocada e preservem os avanços obtidos nas negociações. As novas regras chinesas ampliam a lista de minerais sob controle e estendem as restrições à produção e ao uso das substâncias no exterior, inclusive em aplicações militares e de semicondutores. O governo chinês ressaltou que os controles de exportação não são proibições e que pedidos para uso civil poderão ser aprovados normalmente.
A escalada da tensão na relação entre os dois países ocorre após os Estados Unidos adicionarem novas empresas chinesas à lista de controle de exportações, incluindo subsidiárias, e anunciarem tarifas portuárias especiais sobre navios chineses. O presidente norte0americano, Donald Trump, chamou as medidas chinesas de "extremamente hostis" e "uma desgraça moral". A China sinalizou que não vai recuar diante da ameaça de impor uma tarifa adicional de 100% ao país e pediu aos Estados Unidos que as diferenças sejam resolvidas por meio de negociações, não de ameaças. A troca de acusações ameaça um possível encontro entre Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, e pode pôr fim à trégua de uma guerra comercial que, em abril, chegou a ter tarifas acima de 100% de ambos os lados. No domingo (12/10), em rede social, Trump disse que os Estados Unidos "querem ajudar a China, não prejudicá-la". Segundo ele, o presidente chinês, Xi Jinping, “apenas teve um momento ruim" ao impor restrições à exportação de terras raras.
"Não se preocupe com a China; tudo ficará bem! O altamente respeitado Presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer depressão para seu país, e eu também não", escreveu Trump. Desde que assumiu o cargo em janeiro, o republicano aumentou os impostos sobre as importações de muitos parceiros comerciais dos Estados Unidos, buscando obter concessões. A China tem sido um dos poucos países que não recuaram, contando com sua influência econômica. O Ministério do Comércio da China afirmou que: "Se o lado norte-americano insistir obstinadamente em sua prática, a China certamente tomará medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos". Além da tarifa de 100%, Trump ameaçou impor controles de exportação sobre o que chamou de "software crítico", sem dar detalhes. Ainda, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que já esteve em contato com países aliados e que se encontrará com eles nesta semana para discutir ações contra os controles de exportações da China sobre bens de terras raras. "Isto é a China contra o mundo", alegou e disse esperar suporte da Índia e de outros parceiros.
Bessent ponderou que a China parece estar "aberta à discussão" sobre questões comerciais, mas classificou a reimposição de controles de exportação como uma "ação provocativa" enquanto as negociações com os Estados Unidos continuam em andamento. "Não vamos tolerar restrições", pontuou, acrescentando que "a China não vai nos controlar ou comandar". O secretário do Tesouro reconheceu que os Estados Unidos reagiram de forma agressiva contra os controles de exportação chineses, mas disse que ainda espera se encontrar com seu homólogo chinês na Ásia, antes da reunião entre os presidentes americano, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. Antes do recrudescimento das tensões bilaterais, um encontro entre Trump e Xi Jinping era previsto no âmbito da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul, no fim de outubro. Na sexta-feira (10/10), Trump havia ameaçado cancelar o encontro ao demonstrar forte insatisfação com a China, contudo, suavizou o discurso sobre seu homólogo chinês em publicação nas redes sociais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.