13/Oct/2025
Mobilizar capital público e privado e aproximar nações desenvolvidas e países do Sul Global por meio da conservação das florestas é a proposta do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). Idealizado pelo Brasil, o projeto pode receber 1 milhão de libras na premiação idealizada pelo Príncipe William. Além do TFFF, o trabalho da re.green, startup que tem entre os sócios a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, também concorre ao Prêmio Earthshot 2025. Segundo o Earthshot, o TFFF é mais conhecido fora do Brasil do que aqui e representa uma ambição interessante. A ideia é que o prêmio sirva como alavanca para novas adesões. Modelos como o da re.green ajudam a quantificar o trabalho da natureza.
Criado em 2020 pelo Príncipe William e apelidado de "Oscar" da sustentabilidade, o Earthshot distribui cinco prêmios de 1 milhão de libras. O prêmio sempre quis mostrar soluções de diferentes atores; por isso reconhece ONGs, iniciativas governamentais e negócios. Os dois concorrentes brasileiros estão na categoria Proteger e Restaurar a Natureza. O TFFF deve entrar em operação na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). A lógica é simples: países ricos remuneram emergentes pelo serviço de manter a floresta em pé; o fundo capta recursos com os países desenvolvidos, investe em aplicações de maior retorno e repassa o ganho aos participantes.
O Brasil já prometeu aportar US$ 1 bilhão e calcula que até 70 nações tropicais possam receber até US$ 4,00 por hectare conservado. A proposta do TFFF é inovadora e, por isso, complexa. Estar entre os finalistas mostra que é desse tipo de solução que o mundo precisa. A re.green trabalha na restauração em larga escala de Mata Atlântica e Amazônia, unindo drones, inteligência artificial e genética de espécies nativas. O prêmio traz visibilidade fundamental para o potencial da restauração florestal. Uma das frentes da empresa é a geração de créditos de carbono, que já rendeu contratos com Microsoft e Nestlé. A startup também já recebeu um aporte de R$ 80 milhões do Fundo Clima do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A meta é restaurar 1 milhão de hectares e a operação em terras antes destinadas à pecuária extensiva, que geravam cerca de 60 empregos, hoje sustentam 280 postos diretos ou indiretos, além de incentivar viveiros de mudas e produção de açaí. Os finalistas recebem mentoria, apoio técnico e acesso a uma rede de doadores e investidores que inclui Bezos Earth Fund, Bloomberg Philanthropies e a Elaine and Eduardo Saverin Foundation. O prêmio sempre quis mostrar soluções de diferentes atores; por isso reconhece ONGs, iniciativas governamentais e negócios.
A mentoria vai ampliar os benefícios sociais para as comunidades vizinhas às áreas recuperadas. São 100 pessoas construindo um negócio do zero e o Earthshot dá mais credibilidade. A cerimônia de premiação ocorre no Rio de Janeiro em 5 de novembro, durante a Earthshot Week e reunirá os 15 projetos finalistas. Antes de TFFF e re.green, apenas a Belterra havia sido indicada, em 2023. Segundo a Belterra, estar entre os finalistas foi um marco que abriu portas para investidores, mentores e parcerias. A empresa recebeu do BNDES, via Fundo Clima, um financiamento de R$ 100 milhões para restaurar áreas degradadas na Bahia, Pará, Rondônia e Mato Grosso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.