03/Oct/2025
Com a reconfiguração geopolítica do globo e as incertezas em relação ao comércio internacional, com a continuidade do enfraquecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e o tarifaço definido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Brasil virou uma alternativa para os negócios. No fim do mês passado, o ministro de Comércio britânico, Chris Bryant, afirmou que "amaria" ver um acordo "forte" com o Mercosul e, dirigindo-se diretamente ao Brasil, disse que, se o País sinalizar apoio, as negociações poderiam caminhar com agilidade. O governo brasileiro tem interesse contínuo em ampliar as parcerias comerciais com o mundo. O interesse do Reino Unido não é "nada de extraordinário". As circunstâncias do mundo mudaram, e o Brasil é reconhecidamente um bom parceiro e um grande mercado. Natural que desperte interesse.
A corrente de comércio entre os dois países neste ano até agosto foi de US$ 5,1 bilhões, com um superávit brasileiro de US$ 201 milhões. Entre os principais produtos vendidos pelo Brasil estão ouro semimanufaturado, soja, açúcar, carne bovina, café e óleo bruto de petróleo. Os britânicos, que se desligaram da União Europeia no início de 2020, no chamado Brexit, também são um dos principais investidores no País, com um estoque de aplicações estimado em US$ 52 bilhões. Desde o Brexit, o Reino Unido vem buscando alternativas ao seu comércio, e o Brasil sempre foi um dos países citados como uma opção para a diversificação.
Com o tarifaço de Trump, que tem impactos para os produtos locais, e o tratado de livre comércio que está para ser fechado até o fim do ano entre a União Europeia e o Mercosul, os britânicos aceleraram as sinalizações de que também querem um pacto com o bloco do Sul. No dia 22 de setembro, Bryant esteve reunido com integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Nas conversas, foram debatidas as áreas em que os dois lados poderiam ampliar suas parcerias, como sustentabilidade, política industrial e inteligência artificial. Também foram assinados memorandos de entendimento para cooperação em seguro de crédito à exportação e para fortalecimento de boas práticas regulatórias, além criação de um Grupo de Trabalho que pretende superar barreiras técnicas ao comércio bilateral. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.