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03/Oct/2025

IR: isenção terá impacto positivo no PIB do Brasil

Segundo o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da Universidade de São Paulo (USP), o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) deve elevar a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em até R$ 27 bilhões no ano que vem, ou cerca de 0,2%. É um crescimento bem razoável, pois se trata de uma política fiscalmente neutra. A versão final do projeto aprovada teve, surpreendentemente, poucas mudanças em relação ao texto inicial apresentado pelo relator, o deputado Arthur Lira (PL-AL). Diferentemente de programas que estimulam a demanda de faixas mais pobres da população, a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deve impulsionar o consumo de serviços e alguns bens.

É diferente do que olhar para o consumo do beneficiário do Bolsa Família. Não é que essas pessoas beneficiadas pelo IR vão comprar mais alimentos, ou produtos básicos. É no consumo de bens duráveis por um lado e pelo outro nos serviços. É natural que haja correlação entre esse aumento no consumo e uma possível pressão na inflação, mas, no Brasil, historicamente, o câmbio costuma pesar mais sobre a formação dos preços do que a própria demanda. É possível que esse aumento na demanda gere alguma pressão na inflação, mas não é algo central.

Segundo o Banco Daycoval, a reforma do Imposto de Renda deve gerar um impacto direto na renda em torno de R$ 31 bilhões em 2026, com efeito positivo no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 0,3%. Como o projeto é centrado em classes de renda mais baixa, em que o consumo das famílias tende a ser maior, o impacto no PIB tende a ser positivo. Contudo, a projeção de crescimento de 1,9% do PIB em 2026 é mantida, pois a medida já era considerada. O efeito inflacionário tende a ser pequeno, de 0,1% de inflação 12 meses à frente. A medida pode dificultar o trabalho do Banco Central em ancorar expectativas, considerando que o início do ano com maior renda disponível das famílias pode gerar solução da atividade econômica.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o aumento da isenção de Imposto de Renda pode levar a um ganho anual de R$ 4 mil. Para o trabalhador que ganha rendimentos de R$ 5 mil por mês, a redução mensal com o imposto será de R$ 312,89. No ano, o ganho total será de R$ 4.067,57, com a inclusão do 13º salário. Para quem ganha R$ 5.500, a simulação indica que a redução mensal será de R$ 246,32, com ganho total de R$ 3.202,19, incluindo o 13º salário. Para a G5 Partners, o efeito altista que o projeto de isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil terá na inflação será diluído ao longo do próximo ano.

A expectativa é entrar na virada de 2025 para 2026 já com o mercado de trabalho mais fraco. Então, a isenção do IR não será um fator adicional para uma aceleração da inflação de serviços, mas também não contribuirá para a sua desaceleração, uma vez que o seu impacto não será concentrado em um único período. A isenção do IR terá um efeito positivo de 0,3% na atividade no próximo ano. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2026 da G5, de 2,1%, já considera esse impacto. Esses R$ 25 bilhões que deixarão de ser arrecadados pelo governo serão jogados na economia, então o alívio tributário se transformará em consumo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.