02/Oct/2025
Um estudo do Instituto Esfera de Estudos e Inovação mostrou que a retirada de florestas no Arco do Desmatamento, região que abrange Pará, Mato Grosso, Maranhão, Rondônia, Tocantins e Acre, recuou 23,8% em 2023 e de 25,8% em 2024. O estudo aponta que a combinação de políticas públicas, pressão internacional e autorregulação do mercado foi decisiva para reduzir o desmatamento na região. Entre os mecanismos mais relevantes, o estudo cita o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que reduziu as taxas de 27.772 Km² em 2004 para 4.571 K² em 2012, além da Lei de Crimes Ambientais (1998), o sistema de monitoramento Deter/Inpe (2004) e as Moratórias da Soja (2006) e da Carne (2009).
Também foram decisivas a restrição ao crédito rural em municípios críticos e a criação do Cadastro Ambiental Rural (2012). A modelagem econométrica mostra que o ritmo de derrubada da floresta está diretamente ligado à qualidade da governança. A efetividade desses mecanismos depende da combinação entre fiscalização, regularização ambiental e estabilidade institucional. O levantamento também traça projeções até 2050. No cenário pessimista, com pressão internacional branda e enfraquecimento das instituições, o desmatamento poderia voltar a crescer e ultrapassar 1,2 milhão de hectares em 2045.
No cenário otimista, o fortalecimento das instituições ambientais poderia consolidar a tendência de queda. Os resultados reforçam a importância de um marco regulatório estável. O estudo confirma que a preservação da Amazônia e do Cerrado depende sobretudo da qualidade da governança. O futuro das nossas florestas está ligado à força das instituições e à consistência das políticas públicas. O Arco do Desmatamento ocupa cerca de 10% da Amazônia Legal, mas responde por 45% de todo o desmatamento registrado no Brasil. A região soma mais de 19 milhões de hectares alterados ou degradados, área equivalente a duas vezes o território do Reino Unido. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.