01/Oct/2025
De acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira (30/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em agosto. Em igual período de 2024, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 6,6%. No trimestre móvel até julho, a taxa de desocupação estava em 5,6%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.488,00 no trimestre encerrado em agosto. O resultado representa alta de 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2024. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 352,6 bilhões no trimestre encerrado em agosto, alta de 5,4% ante igual período do ano passado. A taxa de desocupação de 5,6% registrada no trimestre terminado em agosto repetiu o patamar do trimestre terminado em julho, mantendo-se assim no menor resultado em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE.
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) saiu de em 58,6% no trimestre até maio para 58,8% no trimestre até agosto, mantendo-se assim no maior patamar da série histórica iniciada em 2012. No trimestre móvel terminado em julho de 2025, o nível da ocupação também estava em 58,8%. A população desocupada renovou o piso da série histórica iniciada em 2012, descendo a 6,084 milhões de pessoas no trimestre terminado em agosto. Ao mesmo tempo, a população ocupada permaneceu próxima ao maior contingente já registrado, com 102,418 milhões de trabalhadores. A taxa composta de subutilização da força de trabalho se manteve em 14,1%, a mais baixa da série iniciada em 2012. O País registrou novo recorde no número de trabalhadores atuando com carteira assinada no setor privado no trimestre terminado em agosto. O total de pessoas com carteira assinada no setor privado avançou a um ápice de 39,118 milhões de trabalhadores, 149 mil vagas a mais em um trimestre. Em um ano, esse contingente cresceu em 1,232 milhão de pessoas.
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado totalizou 13,508 milhões. O número de trabalhadores por conta própria foi de 25,933 milhões. O montante trabalhando no setor público ficou em 12,850 milhões de pessoas. O País registrou crescimento de 555 mil vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada ficou em 102,418 milhões de pessoas no trimestre encerrado em agosto de 2025. Em um ano, esse contingente aumentou em 1,858 milhão de pessoas. A população desocupada diminuiu em 605 mil pessoas em um trimestre, totalizando 6,084 milhões de desempregados no trimestre até agosto. Em um ano, 1,044 milhão de pessoas deixaram o desemprego. A população inativa somou 108,502 milhões de pessoas no trimestre encerrado em agosto, 50 mil inativos a menos que no trimestre anterior. Em um ano, houve aumento de 815 mil pessoas. O trimestre encerrado em agosto mostrou uma abertura de 149 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em maio.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, 1,232 milhão de vagas foram criadas no setor privado. O trabalho por conta própria ganhou a adesão de 300 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,933 milhões de trabalhadores. O resultado representa 1,073 milhão de pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de empregadores aumentou em 29 mil em um trimestre, para 4,194 milhões de pessoas. Em relação a agosto de 2024, o total de empregadores encolheu em 0,4%, número que representa um recuo de 19 mil empregadores. O País teve uma queda de 190 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,555 milhões de de pessoas. O resultado representa queda de 197 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior. O setor público teve 130 mil pessoas a mais no trimestre terminado em agosto ante o trimestre encerrado em maio, para um total de 12,85 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até agosto de 2024, foram abertas 340 mil vagas.
No trimestre terminado em agosto, faltou trabalho para 16,004 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho diminuiu de 14,9% no trimestre até maio para 14,1% no trimestre até agosto. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até agosto de 2024, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 16,0%. A população subutilizada caiu 6,2% ante o trimestre até maio, 1,059 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até agosto de 2024, houve um recuo de 11,8%, menos 2,147 milhões de pessoas. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 17,912 bilhões no período de um ano, para R$ 352,6 bilhões, uma alta de 5,4% no trimestre encerrado em agosto ante o trimestre terminado em agosto de 2024. Na comparação com o trimestre terminado em maio, a massa de renda real subiu 1,4%, com R$ 4,922 bilhões a mais.
A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,5% no trimestre até agosto de 2025, ante 4,5% no trimestre até maio. Em todo o Brasil, há 4,578 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até maio para o trimestre até agosto, houve um recuo de 52 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 386 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. O Brasil registrou uma taxa de informalidade de 38,0% no mercado de trabalho no trimestre até agosto. O Brasil alcançou 38,878 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, mais pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais: houve crescimento de 333 mil trabalhadores nesta situação no período.
O Brasil registrou 2,668 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em agosto. O resultado significa 191 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em maio, um recuo de 6,7%. Em um ano, 423 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 13,7%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. Cinco das dez atividades econômicas registraram demissões no trimestre encerrado em agosto. Na passagem do trimestre terminado em maio para o trimestre encerrado em agosto, houve redução na ocupação em serviços domésticos (-174 mil), indústria (-41 mil), transporte (-17 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (-7 mil) e comércio (-55 mil).
Houve geração de postos de trabalho em administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (323 mil), outros serviços (46 mil), agricultura (333 mil), alojamento e alimentação (3 mil) e construção (144 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações no comércio (217 mil), indústria (318 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (760 mil trabalhadores a mais), construção (72 mil pessoas), outros serviços (101 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (293 mil) e transporte (311 mil). A agricultura dispensou 33 mil pessoas, alojamento e alimentação demitiu 1 mil, e serviços domésticos, 187 mil. O Brasil alcançou um recorde de 67,536 milhões de trabalhadores ocupados contribuindo para instituto de previdência no trimestre encerrado em agosto. A proporção de contribuintes entre os ocupados foi de 65,9% no trimestre até agosto, ante 65,7% no trimestre até maio.
A massa de salários em circulação na economia renovou patamar recorde no trimestre encerrado em agosto, totalizando R$ 352,596 bilhões. Os avanços na renda e na massa salarial podem ajudar a explicar a resiliência do mercado de trabalho, uma vez que são fatores que estimulam o ciclo virtuoso da economia, gerando mais consumo e mais emprego. Naturalmente, quanto mais dinheiro circulando, mais a economia pode ser estimulada. O resultado da massa de renda significou um aumento de R$ 17,912 bilhões no período de um ano, alta de 5,4% no trimestre encerrado em agosto de 2025 ante o trimestre terminado em agosto de 2024. Na comparação com o trimestre terminado em maio de 2025, a massa de renda real cresceu 1,4% no trimestre terminado em agosto, R$ 4,922 bilhões a mais. O rendimento médio de quem está trabalhando se manteve nos maiores patamares da série, aos R$ 3.488,00.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,9% na comparação com o trimestre até maio, R$ 31,00 a mais. Em relação ao trimestre encerrado em agosto de 2024, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,3%, R$ 111,00 a mais. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 1,6% no trimestre terminado em agosto ante o trimestre encerrado em maio. Já na comparação com o trimestre terminado em agosto de 2024, houve elevação de 8,7% na renda média nominal. O mercado de trabalho manteve-se forte e aquecido no trimestre encerrado em agosto. Pela ótica do trabalhador, a taxa de desocupação não aumentar é sempre um bom sinal. O total de desempregados desceu ao piso histórico. Entre as 10 atividades econômicas, metade registrou contratações, metade teve demissões no trimestre, embora a maioria delas tenha registrado variações estatisticamente não significativas, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa.
A Pnad vem mostrando nos trimestres anteriores que o mercado se mostra aquecido, se mostra resistente à taxa de juros alta. O mercado tem se mostrado forte. Pode ser que ele esteja num momento de calmaria, para tomar decisões corretas para o segundo semestre. Mas, o mercado de trabalho está favorável para o trabalhador, está aquecido. A série histórica mostra que o período de meados do ano costuma ser de transição entre as demissões de temporários feitas a cada início de ano e as novas contratações temporárias para o fim do ano. O fenômeno sazonal explicaria o mercado de trabalho ter apresentado uma certa estabilidade na passagem de julho para agosto, sem variações estatisticamente significativas. Esses trimestres são um período de transição entre as demissões e novas contratações. O mercado está acomodado e esperando o planejamento para esse segundo semestre, que é quando o mercado de trabalho fica mais aquecido, com mais contratações.
O mercado de trabalho permanece em um bom momento, e a resiliência do emprego advém de empresários identificando necessidade de mão de obra em meio a uma percepção de que há demanda por bens e serviços. A ASA afirmou que, apesar de seguir rodando em patamar bastante favorável, o dinamismo do mercado de trabalho pode estar começando a perder força. Houve queda no total da população ocupada nesta leitura, de 0,2%, o primeiro recuo desde outubro de 2023. Apesar da queda na ocupação, a taxa de desemprego manteve-se estável em 5,6% na passagem do trimestre encerrado em julho para o findo em agosto. O mercado de trabalho ainda mostra sinais de resiliência, com desemprego e subutilização em mínimos históricos e ganhos salariais consistentes. Contudo, a primeira queda da população ocupada em quase dois anos sugere que o dinamismo do emprego pode estar perdendo força. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.