30/Sep/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pode se reunir com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para voltar a discutir as tarifas do governo norte-americano contra produtos brasileiros antes da reunião dos chefes das finanças do G20, marcada para os dias 15 e 16 de outubro em Washington (EUA). Questionado se participaria da reunião que está sendo negociada entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, Haddad respondeu que esta é uma decisão do chefe do Executivo, mas que está à disposição. Haddad acredita que o atual cenário de “animosidade” com os Estados Unidos foi “artificialmente criado”, mas é uma situação que será superada.
Na avaliação de Haddad, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros foi “um tiro no pé” por parte dos norte-americanos, pois não faz o menor sentido os Estados Unidos pagarem mais caro no café e na carne. Sobre a relação comercial com os Estados Unidos, Haddad lembrou que teve um encontro com o secretário Scott Bessent no mês de maio, no qual ele mencionou que não faria sentido os Estados Unidos taxarem a América do Sul. Mas, dois meses depois, mudou tudo, e veio uma tarifa de 40% extra sobre alguns produtos. Todos concordam que não faz o menor sentido, do ponto de vista econômico, nem para os Estados Unidos nem para o Brasil. Os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil. Haddad reforçou que acredita que uma hora haverá o início de um debate “racional” sobre a questão, separando questões econômicas das questões políticas.
Neste contexto, o ministro disse que o discurso do presidente Lula na assembleia da ONU na última semana foi muito “oportuno” e na direção correta. O ministro salientou, ainda, que, do ponto de vista macroeconômico haverá poucos impactos do tarifaço, e que o problema maior é justamente micro, entre os setores mais afetados. O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que está otimista que o possível encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump destrave as negociações para reduzir o tarifaço contra parte os produtos brasileiros. Segundo ele, o encontro deve permitir novos passos na direção de mais exceções ao tarifaço e de uma redução das tarifas de 50%.
Ele declarou ainda que, apesar de não se ter informações sobre data ou o tipo da reunião entre os chefes de Estado, ela será um passo importante. Alckmin afirmou que o setor privado foi muito importante e continuará a ser para que o tarifaço seja minimizado. Ele disse também não haver relação entre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma política de importações, como o feito pelos Estados Unidos. Com isso, o avanço do diálogo ajudará bastante a melhorar a relação com os norte-americanos. Tarifa de importação e exportação é política regulatória, não tem nada a ver com a questão de decisão de Suprema Corte. Alckmin declarou que daqui a 15 dias irá à Índia para negociar a abertura de mais mercados para os produtos brasileiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.