30/Sep/2025
No agronegócio, a sustentabilidade passou a ser um pilar essencial para as empresas, porque sem ela, a tão propagandeada eficiência produtiva não será atingida. Não existe sustentabilidade sem eficiência. Isso significa reduzir desperdícios, otimizar processos e, sobretudo, produzir mais sem desmatar novas áreas. Na JBS, que conta com 256 mil colaboradores, sendo 150 mil no Brasil, o desafio é garantir que toda a cadeia produtiva, desde pequenos agricultores familiares com propriedades de um hectare até grandes fazendas, evolua de forma conjunta. Ao lado da eficiência produtiva, a resiliência ao novo cenário climático imposto pelas mudanças climáticas globais causadas pelo homem é outro ponto chave, segundo a Citrosuco. Há desafios climáticos extremos, como secas e aumento de temperatura, que afetam custos, produtividade e previsibilidade, tornando as práticas regenerativas essenciais para manter competitividade e resiliência nas cadeias produtivas.
Nesse contexto, a estratégia de agricultura regenerativa do grupo inclui expansão para novas regiões, como Mato Grosso do Sul, com foco no manejo sustentável da biomassa do solo, irrigação eficiente e uso de bioinsumos e fertilizantes otimizados. Essas práticas aumentam a produtividade, protegem o solo e promovem o sequestro de carbono. No médio prazo, e as mudanças no campo por causa de eventos extremos talvez acelere ainda mais todo o processo, bater de frente com o clima vai gerar prejuízo, mostram as análises científicas de grupos da Embrapa, por exemplo. Um dos caminhos é transformar desafios climáticos em oportunidades de crescimento e inovação. A combinação de produtividade, eficiência e sustentabilidade fortalece a cadeia produtiva, melhora a competitividade global e demonstra que é possível gerar receita e proteger o meio ambiente simultaneamente, avalia a Citrosuco.
Se as mudanças do clima no campo já merecem atenção imediata do agronegócio, os problemas se potencializam quando, na equação, entram também os conflitos bélicos pelo mundo, como a invasão da Ucrânia pela Rússia. Foi a partir desse conflito que os produtores brasileiros, por exemplo, perceberam a dependência internacional que o Brasil tem na produção de fertilizantes. O Plano Nacional de Fertilizantes, lançado pelo governo em 2022, surgiu como uma tentativa de resposta estratégica à crise de fertilizantes e à alta dependência do Brasil de importações. Hoje, cerca de 85% do consumo do País é proveniente de fornecedores internacionais, como Rússia, Canadá e Estados Unidos. O objetivo central do plano federal é reduzir a dependência para até 50%, fortalecendo a autonomia nacional e aumentando a eficiência do setor agrícola. Para alcançar isso, é fundamental conectar sustentabilidade com produtividade, considerando que fertilizantes representam 40% a 50% do custo de produção.
A eficiência no uso desses insumos não apenas reduz custos, como também melhora o rendimento das lavouras, promovendo uma agricultura mais sustentável sem expandir a fronteira agrícola ou avançar sobre novas áreas de floresta, explica a Mosaic. Pontos igualmente importantes para que a dependência internacional do Brasil diminua nos próximos anos envolvem gargalos logísticos e de inovação. A Mosaic tem promovido ambientes de experimentação e colaboração, como academias de inovação que envolvem startups e profissionais do setor, permitindo que novas tecnologias e produtos cheguem ao mercado. Desde 2024, a empresa vem lançando soluções voltadas à nutrição de plantas, focadas em produtividade e sustentabilidade, sem entrar na produção de biodefensivos. Na visão da produtora de fertilizantes, essa abordagem demonstra que é possível unir eficiência e cuidado ambiental.
Ao capacitar produtores parra maximizar resultados em suas propriedades, eles também preservam os recursos naturais, avançando na construção de uma agricultura brasileira mais competitiva, resiliente e mais sustentável. Ondas de calor, chuvas extremas e secas prolongadas já deixaram de ser fenômenos pontuais e se tornaram fatores centrais na rotina de empresas de diferentes setores. Os efeitos das mudanças climáticas podem comprometer produtividade, elevar custos e gerar incertezas em toda a cadeia econômica. Nesse cenário, encontrar soluções inovadoras e sustentáveis deixou de ser apenas uma vantagem competitiva e passou a ser questão de sobrevivência. O agronegócio brasileiro, responsável por mais de um quarto do PIB, já sente de perto os efeitos da crise climática. Para a Citrosuco, a conta é clara: secas e ondas de calor afetam custos, produtividade e previsibilidade, o que torna as práticas regenerativas não apenas desejáveis, mas indispensáveis para o futuro do setor. A equação do agro brasileiro passa por reduzir desperdícios e aumentar produtividade sem expandir a fronteira agrícola nem desmatar.
Outro ponto importante é conseguir levar a cultura da sustentabilidade para todos os elos da cadeia produtiva, seja em grandes fazendas ou pequenos produtores, com apenas um hectare de área produtiva. No setor de energia, o paradoxo está na infraestrutura. O Brasil se consolidou como potência em energia renovável, sobretudo em solar e eólica, mas questões de planejamento e até mesmo política podem comprometer essa grande vantagem brasileira. O País tem sol, vento e investidores, mas falta planejamento para escoar essa energia, alerta a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Ao mesmo tempo, subsídios mal calibrados distorcem preços e oneram consumidores sem geração própria. Outro capítulo da transição energética envolve o biodiesel. Apesar de ser considerado um biocombustível estratégico, o governo o retirou do leilão de reserva de capacidade de 2026, reabrindo espaço para o carvão. A decisão gerou frustração no setor, que opera com 40% de capacidade ociosa. O biodiesel é viável, inclusive em motores pesados, como já se vê em navios que cruzam oceanos, afirma a Binatural. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.