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30/Sep/2025

Crédito de Carbono: B3 deu início às negociações

Foi lançada, durante a Climate Week (Semana do Clima) de Nova York, nos Estados Unidos, a primeira plataforma de registro primário de créditos de carbono do Brasil. A apresentação foi feita durante o painel NbS Carbon Credits: Forest as a Climate Solution (Créditos de Carbono de Soluções Baseadas na Natureza: Floresta como Solução Climática), que integrou a programação oficial do evento. A estrutura de negociação já nasce conectada à rede da ACX (AirCarbon Exchange), uma Bolsa de Valores global especializada na comercialização de ativos ambientais, incluindo créditos de carbono. A ACX também é responsável pelo desenvolvimento da plataforma com a B3.

Os créditos de carbono negociados estão sendo registrados a partir da metodologia PSA Carbonflor, criada pela ECCON Soluções Ambientais e pela Reservas Votorantim (gestora de terras do Grupo Votorantim para economia verde), também parceiras na iniciativa. Esses créditos estão sendo gerados por meio de projetos de carbono na Mata Atlântica. Motiva (ex-CCR) e EY Brasil são as primeiras companhias compradoras dos créditos de carbono chancelados pela B3. O investimento da Motiva está em torno de R$ 2 milhões para adquirir 27 mil créditos neste ano. Segundo a companhia, eles serão utilizados para compensar 9% das suas emissões de escopo 1 (emissões diretas) de 2025.

No final de 2024, a companhia já havia adquirido 67 mil créditos também da Reservas Votorantim registrados pela plataforma, o que possibilitou neutralizar 8,5% das suas emissões de escopo 1 do ano passado. Nos dois últimos anos, a Motiva desenvolveu uma série de ações para a mitigação das emissões. A operação com a Reservas Votorantim, através da plataforma da B3 e ACX, consolida essa estratégia. Em relação à EY, não foi revelado o montante de ativos negociados nem o valor envolvido. Segundo a empresa, a negociação está em processo final de avaliação para aquisição dos créditos. A EY busca sempre conseguir as melhores soluções de negócios por um lado e, por outro, reduzir os impactos.

Para a EY, estar nessa iniciativa é fundamental. O início da construção de uma plataforma para registro e negociação de créditos de carbono no Brasil foi anunciada por B3, ACX, Reservas Votorantim e ECCON Soluções Ambientais há um ano. O objetivo é que os projetos geradores dos ativos sejam registrados pela Bolsa brasileira e disponibilizados, de imediato, para comercialização por meio da rede da ACX, o que permite negociações, inclusive, internacionais, entre emissores de crédito e compradores interessados. A criação da plataforma representa um marco significativo para a sustentabilidade e as finanças verdes no País.

Desenvolver essa infraestrutura integrada ao mercado de capitais não apenas promove a preservação da biodiversidade, mas também coloca o Brasil em uma posição de destaque no cenário global de combate às mudanças climáticas. No Brasil, o mercado de carbono regulado está em fase de implementação, após a sanção do PL 182/2024. A Lei n.º 15.042, que regula o setor, foi sancionada em dezembro de 2024, fazendo com que as negociações predominem, atualmente, no formato voluntário. Enquanto o mercado está incipiente no Brasil, a B3 pretende usar sua infraestrutura já consolidada no setor financeiro para impulsionar o segmento desses ativos verdes no País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.