26/Sep/2025
A divulgação de dados acima do esperado sobre o mercado de trabalho e a economia dos Estados Unidos deu força ao dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde a moeda norte-americana fechou esta quinta-feira (25/09) com alta firme, a segunda consecutiva. O dólar encerrou em alta de 0,70%, a R$ 5,36. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 13,17%. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 14.000, para 218.000 na semana encerrada em 20 de setembro, em dado com ajuste sazonal. Economistas previam 235.000 pedidos para a última semana. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada revisada para cima de 3,8% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio. O percentual representa uma elevação ante a estimativa anterior, de 3,3%.
Os números mais fortes que o esperado impulsionaram os rendimentos dos Treasuries e o dólar ante outras divisas, com investidores dosando a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos próximos meses. No Brasil, isso fez o dólar apagar as leves baixas do início da sessão ante o Real, virando para o positivo e renovando máximas no restante do dia. Após registrar a cotação mínima de R$ 5,30 (-0,34%), imediatamente antes da divulgação dos números norte-americanos, o dólar escalou até a máxima de R$ 5,37 (+0,82%). Os dados dos Estados Unidos acabaram ofuscando as divulgações no Brasil. O Banco Central havia informado, por meio do Relatório de Política Monetária, que reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 2,1% para 2,0%. Além disso, estimou em 1,5% a expansão da economia em 2026.
A leve redução decorre dos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,48% em setembro. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, demonstrou cautela ao abordar a política monetária. A instituição segue "dependente de dados" para definir a trajetória da Selic, atualmente em 15% ao ano. Galípolo também reforçou a ideia de que o Banco Central atua no mercado apenas para corrigir disfuncionalidades e que o câmbio é flutuante no Brasil. No mercado futuro da B3, o dólar para outubro passou por correções técnicas. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,67%, a 98,490. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.