25/Sep/2025
A China afirmou que não utilizará mais o tratamento especial para países em desenvolvimento nas negociações atuais e futuras da Organização Mundial do Comércio (OMC), sinalizando esforço para aliviar um ponto de atrito de longa data com os Estados Unidos. O primeiro-ministro chinês Li Qiang, anunciou a mudança em uma reunião sobre a Iniciativa de Desenvolvimento Global da China na terça-feira (23/09). A medida foi elogiada pela OMC. Ainda assim, a China enquadrou a decisão como vinda de "um grande país em desenvolvimento responsável", sublinhando que o governo chinês continua a reivindicar o status de nação em desenvolvimento. Embora a economia chinesa seja a segunda maior do mundo, sua renda per capita permanece mais próxima à de países como Tailândia e México, com metrópoles ricas compensadas por vastas regiões mais pobres.
As declarações de Li ocorreram poucos dias depois que o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram em uma ligação telefônica em se encontrar na Coreia do Sul para dar continuidade a negociações comerciais. A reivindicação da China a esse status especial tem sido criticada há muito tempo pelos Estados Unidos como uma forma de obter vantagens injustas, com o governo norte-americano argumentando que não pode haver reformas significativas na OMC até que grandes economias, incluindo a China, renunciem a suas reivindicações. Ainda, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que os dois países devem reforçar a comunicação, evitar mal-entendidos e prevenir confrontos, durante encontro em Pequim com uma delegação de congressistas dos Estados Unidos. A reunião, realizada na terça-feira (23/09), marcou a primeira visita de legisladores federais norte-americanos ao país desde 2019.
Yi ressaltou que o grupo trouxe vozes bipartidárias e as expectativas do povo norte-americano sobre o futuro dos laços bilaterais. Ele disse esperar que a visita ajude os Estados Unidos a compreenderem a China de forma mais precisa e objetiva, lidar com as divergências de maneira racional e explorar oportunidades de cooperação. Ele afirmou que "as portas da China estão sempre abertas" a congressistas norte-americanos. O ministro reiterou que China e Estados Unidos devem ser vistos como parceiros, não como rivais ou inimigos, e defendeu esforços conjuntos para promover a cooperação de benefício mútuo e assumir responsabilidades globais. Sobre Taiwan, afirmou que a ilha e o continente "pertencem a uma só China desde os tempos antigos" e cobrou que os Estados Unidos respeitem seu compromisso político com o princípio de uma só China, frisando que a manutenção da paz no estreito exige oposição firme à independência de Taiwan.
O chanceler destacou ainda o papel da diplomacia entre chefes de Estado, lembrando que os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Donald Trump, já conversaram por telefone em três ocasiões recentes, o que estabeleceu o tom para a melhoria das relações. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, comentou nesta quarta-feira (24/09) que ele e diversos membros do governo norte-americano irão se encontrar com a delegação da China novamente em outubro e novembro. Bessent afirmou que minerais de terras raras da China estão fluindo para os Estados Unidos e produtos químicos e motores de aeronaves podem ser usados como alavanca nas negociações com o governo chinês. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.