24/Sep/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram em conversar na semana que vem em meio a maior crise diplomática que os dois países enfrentam. O acerto ocorreu durante rápido encontro, após o mandatário brasileiro discursar na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23/09). O encontro entre os dois presidentes foi confirmado pela Presidência da República do Brasil. Segundo informações da assessoria do Palácio do Planalto, 'Lula e Trump tiveram um encontro rápido e totalmente amistoso' e 'houve sinalização de conversa entre os dois presidentes na semana que vem'. O presidente Trump assistiu a todo o discurso de Lula em uma pequena sala, segundo uma fonte próxima ao governo. O cumprimento entre ambos foi “mútuo”, mas o republicano teria tido a iniciativa de cumprimentar Lula. Trump disse a Lula que eles precisavam conversar e sugeriu um encontro na semana que vem, e Lula concordou e respondeu que estava aberto.
A partir de agora, ambos os lados devem estruturar a conversa. Uma fonte não soube dizer se será presencial ou por telefone. Trump comunicou o encontro com Lula durante o seu discurso e disse que teve 'excelente química' com o brasileiro. Ele afirmou ainda que Lula parece ser um 'homem muito legal'. O presidente Lula, que abriu as falas de chefes de Estado da ONU, criticou o tarifaço dos Estados Unidos, defendeu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que a 'democracia e soberania são inegociáveis'. Sua fala foi recebida por aplausos da plateia presente na sala da Assembleia Geral da ONU. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não faz sentido em taxar commodities como fez o governo dos Estados Unidos com parte das exportações brasileiras para aquele país. Ele classificou as sanções norte-americanas como "descabidas".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo federal está tentando negociar com os Estados Unidos para mitigar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros “com a maior tranquilidade possível”. “Não tomo decisões com raiva. E no momento em que os Estados Unidos desejarem negociar, estaremos prontos para negociar”, afirmou Lula. O presidente voltou a dizer que o Brasil “quer ter um relacionamento civilizado com os Estados Unidos” e com o presidente norte-americano, Donald Trump. “Como dois chefes de Estado, temos que nos respeitar, porque fomos eleitos democraticamente pelo povo dos nossos países para dar apoio a esses atores e ao governo, se isso for possível. É assim que espero manter nosso relacionamento com os Estados Unidos, e é por isso que acho isso um absurdo. Acho essa tarifa absurda”, declarou.
A porta voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em língua portuguesa, Amanda Robertson, afirmou que não há detalhes sobre o encontro que deve acontecer na semana que vem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump. Segundo ela, cabe aos diplomatas brasileiros e norte-americanos tratar dessas definições. Os detalhes virão nos próximos dias. O encontro de hoje entre ambos nos “bastidores” da Assembleia Geral da ONU ocorreu de forma espontânea. Não foi planejado. Lula estava saindo e Trump entrando e neste corredor tiveram oportunidade de falar cara a cara foi uma conversa breve, espontânea e boa, afirmou ela. Na visão dela, os presidentes “se deram conta que os países têm muito em comum e que precisamos continuar trabalhando juntos” e que “essa relação vai avançar agora”.
“O presidente Trump deixou claro desde o início do anúncio das tarifas com o Brasil e demais países que é uma oportunidade de negociar para chegar a acordos novos que beneficiam os dois países. Sabemos dos laços econômicos muito fortes dos dois países. É momento de reavaliar a relação e modernizar os acordos. O presidente Trump entende que os acordos anteriores não refletiam a realidade do mundo hoje. Vamos considerar a realidade dos nossos mercados e das nossas empresas para ver os acordos que precisamos ter”, afirmou. Questionada sobre a possibilidade de a COP30 ser um dos temas, Robertson afirmou que o presidente Lula pode colocar esse assunto na mesa se ele assim quiser, mas a prioridade de Trump, como apresentado em seu discurso na ONU, é tratar da paz no mundo.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira (23/09), que a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve ocorrer por meio de um telefonema ou de uma videoconferência. Um encontro pessoal não será possível devido à agenda do brasileiro. Segundo o chefe do Itamaraty, o Brasil está disposto a negociar questões relacionadas à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas a soberania e a independência dos Poderes brasileiros não estão em negociação. A Amcham Brasil considera que a decisão de realização de reunião entre os presidentes do Brasil e Estados Unidos, após breve interação durante a Assembleia Geral da ONU ocorrida nesta terça-feira (23/09), representa um passo positivo para buscar maior entendimento na relação bilateral.
A entidade espera que o encontro ocorra nos próximos dias e abra caminho para um diálogo estruturado e de alto nível sobre temas econômicos e comerciais, capaz de construir soluções negociadas para os desafios existentes nas cadeias produtivas, nos fluxos de comércio e nos investimentos bilaterais. A Amcham reafirma sua convicção de que o diálogo é o instrumento mais eficaz para preservar e aprofundar a parceria econômica e comercial entre os dois países, promovendo investimentos mútuos, geração de empregos e fortalecimento das trocas bilaterais. A Amcham reitera sua disposição em apoiar iniciativas entre os dois governos que reforcem a confiança mútua e a previsibilidade para ampliar os negócios bilaterais. Fontes: Broadcast Agro e Amcham. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.