23/Sep/2025
O dólar avançou em relação ao Real pela quarta sessão consecutiva nesta segunda-feira (22/09), na contramão do recuo da moeda norte-americana no exterior, com investidores ajustando posições antes de bateria de eventos e dados econômicos no restante da semana. As sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras e a esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também deram suporte ao dólar, em meio a temores de que novas retaliações possam ser adotadas contra a economia brasileira. O dólar fechou em alta de 0,33%, a R$ 5,33. No ano, a divisa acumula baixa de 13,61%. O dólar engatou altas ante o Real desde o início da sessão, com investidores adotando posições mais defensivas antes da agenda do restante da semana.
Entre os eventos previstos estão as divulgações da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta terça-feira (23/09), do IPCA-15 de setembro e do Relatório de Política Monetária do Banco Central, ambos na quinta-feira (25/09). Nos Estados Unidos, destaque para dados do Produto Interno Bruto (PIB), na quinta-feira (25/09), e para o índice PCE, na sexta-feira (26/09). A alta do dólar ante o Real se intensificou após notícia de que os Estados Unidos decidiram sancionar sob a Lei Magnitsky Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Também foram impostas sanções ao Lex Instituto de Estudos Jurídicos, uma entidade controlada por Viviane Barci de Moraes e outros integrantes da família. Alexandre de Moraes foi o relator do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado, no qual foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. Segundo a Correparti Corretora, o movimento de alta do dólar é uma recomposição de posições, por conta da agenda pesada da semana. O dólar ficou um pouco barato e o mercado recompõe. O anúncio contra a esposa de Alexandre de Moraes influenciou um pouco. A Reuters informou que o governo dos Estados Unidos decidiu revogar vistos do advogado-geral da União, Jorge Messias, e de cinco outras autoridades atuais e antigas do judiciário brasileiro.
Mais do que as medidas contra pessoas físicas, agentes citaram a preocupação de que novas sanções contra a economia do País estejam a caminho. Em julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, definiu uma tarifa de 50% para uma série de produtos brasileiros, citando como justificativa o julgamento contra Bolsonaro. Nesta terça-feira (23/09), o presidente Lula discursará na Assembleia da ONU, em um possível primeiro encontro com Donald Trump desde que as sanções começaram. O dólar marcou a cotação máxima de R$ 5,36 (+0,88%).
Investidores se mantiveram atentos ainda aos comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente da Câmara, Hugo Motta, durante evento do BTG Pactual em São Paulo. Haddad defendeu que, para o arcabouço fiscal ser fortalecido, é necessário criar condições políticas para tratar com os parlamentares sobre ajustes de regras. Motta, por sua vez, afirmou que a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será pautada no plenário possivelmente na próxima semana. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,40%, a 97,335. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.