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23/Sep/2025

Alimentos Industrializados: impactos do tarifaço

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as exportações brasileiras de alimentos industrializados somaram US$ 5,9 bilhões em agosto, uma queda de 4,8% em relação a julho (US$ 6,2 bilhões) e de 1% frente a agosto de 2024. O desempenho no mês contrasta com o cenário visto em julho, quando os Estados Unidos anteciparam os embarques antes da tarifa de 50% entrar em vigor. Já sob efeito do tarifaço, os embarques para os Estados Unidos em agosto ficaram em US$ 332,7 milhões, uma queda de 27,7% em relação a julho, quando atingiu US$ 460,1 milhões, com alta nos envios de suco de laranja, proteínas animais e óleos e gorduras. A participação norte-americana no total exportado pelo setor saiu de 7,4% para 7% do total. Houve um crescimento expressivo em julho, seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos Estados Unidos, com impacto da nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora.

O resultado reforça a necessidade de diversificação de mercados. O tarifaço afetou principalmente a venda de açúcares em agosto, com queda nas exportações de 82,3% em relação a agosto de 2024 e 69,5% ante julho. Proteínas animais, o segundo item mais relevante, também tiveram redução de 43,3% na comparação anual e 45,8% em relação ao mês anterior. Preparações alimentícias recuaram 37,5% em relação a julho, embora tenham apresentado alta interanual de 13,5%. As importações de suco de laranja pelos Estados Unidos, produto que ficou fora da sobretaxa de 50%, caiu 11% frente a julho, mas cresceu 6,8% em relação a agosto de 2024. A queda mensal não está associada à tarifa, mas sim à antecipação dos embarques em julho, quando exportadores buscaram se adiantar à medida. Óleos e gorduras tiveram alta de 30% na comparação anual e avanço de 1,8% ante julho. China, México e países da Liga Árabe, que incluem Arábia Saudita, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, entre outros, foram os principais importadores de alimentos industrializados em agosto.

A China liderou os embarques em agosto, com US$ 1,32 bilhão, alta de 10,9% em relação a julho e 51% frente ao mesmo mês de 2024. A participação chinesa alcançou 22,4% do total exportado, puxada por proteínas animais (US$ 909,7 milhões, alta de 67%) e açúcares (US$ 326,7 milhões, crescimento de 20,2%). Os embarques para o México somaram US$ 221,15 milhões em agosto. O aumento foi impulsionado por proteínas animais, atingindo US$ 204,15 milhões, uma alta de 368,5% sobre agosto de 2024 e, em menor medida, por preparações alimentícias diversas. O avanço do México, indica um possível redirecionamento de fluxos e a abertura de novas rotas comerciais. Os países da Liga Árabe compraram US$ 838,4 milhões em agosto, queda de -5,2% sobre julho último e alta de 14,2% sobre o mesmo mês do ano passado e participação de 14,2%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.