23/Sep/2025
Os Estados Unidos confirmaram a aplicação de mais restrições de vistos a autoridades brasileiras em nova escalada da crise entre os dois países. Nomes, contudo, não foram revelados. O anúncio ocorreu em paralelo à aplicação da Lei Global Magnitsky à esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao instituto ligado à família dele. Alexandre de Moraes foi sancionado em julho. O movimento visa a fechar o cerco contra o ministro do STF, que foi o relator da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.
O subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos, Darren Beattie, afirmou que o presidente Trump e sua administração se posicionam de forma "resoluta" e "enfática" contra o ministro Alexandre de Moraes, a quem chama de "abusador de direitos humanos sancionado", e seu "complexo de perseguição e censura". “Que esta última rodada de sanções da Lei Global Magnitsky e restrições de visto sirvam como um aviso claro para aqueles que seriam cúmplices na sombria campanha de Moraes contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores", disse Beattie, em rede social.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, teve o seu visto restringido por parte dos Estados Unidos. Além dele, outras cinco autoridades brasileiras também foram afetadas: o ex-procurador-geral José Levi, o ex-juiz eleitoral Benedito Gonçalves, o juiz auxiliar e assessor do STF Airton Vieira, o ex-assessor eleitoral Marco Antonio Martin Vargas e o assessor Rafael Henrique Janela Tamai Rocha. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que o ministro Alexandre de Moraes usou sua posição para "instrumentalizar os tribunais, autorizar detenções arbitrárias antes do julgamento e suprimir a liberdade de expressão".
"Essas sanções se somam a uma série de ações tomadas pela administração Trump para responsabilizar Moraes por abusar de sua autoridade, criar um complexo de censura, alvejar descaradamente opositores políticos e cometer graves abusos de direitos humanos", afirmou. Por fim, Rubio disse que "aqueles que protegem e facilitam atores estrangeiros malignos como Moraes ameaçam os interesses dos Estados Unidos e também serão responsabilizados". O governo brasileiro afirmou que recebeu "com profunda indignação" as novas sanções por parte dos Estados Unidos.
"Em nova tentativa de ingerência indevida em assuntos internos brasileiros, o governo norte-americano tentou justificar com inverdades a adoção da medida, no comunicado divulgado na manhã desta segunda-feira (22/09)", afirmou. Havia a expectativa de que os Estados Unidos respondessem ao Brasil com mais sanções devido aos desdobramentos do julgamento de Bolsonaro. Ambas as medidas foram anunciadas nesta segunda-feira (22/09) ao mesmo momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Nova York, nos Estados Unidos, para discursar na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Lula e o presidente Donald Trump podem estar cara a cara pela primeira vez desde o tarifaço. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.