19/Sep/2025
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) avalia haver possibilidade de formação de La Niña durante a safra 2025/2026 brasileira de grãos, cuja semeadura começa neste mês. O prognóstico climático para a safra foi apresentado durante o evento "Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2025/2026", da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (18/09). O modelo climático está começando a mostrar que pode ter La Niña na safra. As águas no Pacífico estão esfriando muito rápido, o que é sinal de alerta para a configuração do La Niña. O rápido resfriamento observado nas últimas semanas sinaliza um possível avanço para condições de La Niña nos próximos meses, embora o cenário de neutralidade ainda seja o mais provável. Ao fim deste mês, haverá maior segurança para o prognóstico de ocorrência ou não do La Niña, que pode levar ao aumento da produção de grãos em algumas regiões e impacto em outras.
Se La Niña se confirmar, haverá antecipação de safra em alguns locais e em outros retardamento. O La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Para que o La Niña seja oficialmente declarado, esse resfriamento precisa chegar a -0,5°C ou menos ao longo de um período. O fenômeno pode durar de nove meses a mais de um ano. Neste primeiro trimestre da safra, de setembro a novembro, o Inmet prevê volumes de chuva abaixo da média histórica em boa parte da Região Norte e com temperaturas acima da média histórica. Por outro lado, em Roraima, norte do Amapá, porção norte do Amazonas, Acre e Rondônia, são previstos volumes próximos à média histórica para o período. As projeções indicam intensificação das condições de seca no Pará, Amapá, Tocantins, Rondônia e centro-sul do Amazonas com déficits superiores a 100 milímetros neste mês.
Na Região Nordeste, para os próximos meses, a previsão é de volumes de chuva abaixo da média em todo o Maranhão, Piauí, maior parte do Ceará, além das porções central e noroeste da Bahia. Por outro lado, é prevista chuva próxima à média em todo o restante da região. As temperaturas também deverão permanecer acima da média histórica em toda a região, com valores entre 0,5°C e 2,0°C acima da média. Na Região Centro-Oeste, o prognóstico climático aponta para volumes de chuva dentro da média em praticamente toda a região, à exceção da porção central de Goiás, leste de Mato Grosso e Distrito Federal, onde são previstos volumes de até 30 milímetros acima da média histórica do trimestre. As temperaturas tendem a ficar acima da média em toda a região, com elevação entre 1,0°C e 2,0°C acima da média histórica.
O déficit hídrico se intensifica em setembro em áreas de Mato Grosso e de Goiás, o que favorece a ocorrência de queimadas. A regularização das chuvas no fim do trimestre garante a umidade adequada no solo para o plantio da soja e do milho safra de verão (1ª safra 2025/2026), favorecendo estabelecimento inicial das lavouras e reduzindo o risco de replantio. Na Região Sudeste, a previsão climática aponta para volumes de chuva até 30 milímetros acima da média histórica no Rio de Janeiro e nas áreas central, sul e noroeste de Minas Gerais. No restante da região, são previstas condições próximas à média histórica. As temperaturas tendem a permanecer acima da média histórica em toda a região, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. A deficiência hídrica tende a predominar, especialmente em setembro e outubro no norte de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro e no oeste de São Paulo.
Essa escassez de água no solo pode comprometer a fase inicial do plantio da soja e do milho safra de verão (1ª safra 2025/2026), além de afetar a florada do café e a manutenção das pastagens, aumentando o risco de queda de produtividade. Em novembro, haverá uma mudança desse cenário, com excedentes hídricos superiores a 80 milímetros. Na Região Sul, a previsão é de volumes de chuva acima da média histórica em Santa Catarina, no sudeste do Paraná e na maior parte do Rio Grande do Sul e chuva próxima à média na maior parte do Paraná. As temperaturas permanecerão acima da média em toda a Região Sul. A previsão indica a manutenção de níveis elevados de umidade no solo nos próximos meses. Essa condição é considerada favorável ao desenvolvimento de culturas de inverno, como o trigo, aveia e cevada, e contribui para o adequado crescimento vegetativo das culturas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.